Faltam três dias para que o conflito entre Rússia e Ucrânia complete um mês. Durante esse tempo, mais de 3,5 milhões de pessoas fugiram da guerra e foram para países vizinhos em busca de refúgio. “Esse é verdadeiramente outro marco trágico para o povo ucraniano” e foi produzido “em pouco menos de um mês”, disse o porta-voz do Acnur, Matthew Saltmarsh, aos jornalistas em Genebra. A Europa não havia visto um fluxo tão rápido de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo uma contagem realizada pela ONU, 90% dos refugiados são mulheres, já que homens de 18 a 60 anos precisam ficar na Ucrânia para lutar pelo país em decorrência a uma lei marcial que está em vigor desde o dia da invasão. O total de crianças que atravessam a fronteira também impressiona, quase metade dos refugiados são menores de idades. Segundo o Alto Comissariado para os Refugiados, há mais de 1,5 milhão.
Esses dados fizeram a agência da ONU e a Europol chamarem atenção para os riscos de exploração de mulheres e menores. Na terça-feira, 21, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia acusou a Rússia de estar raptando crianças da região de Donbass – local ocupado pelas tropas russas. Segundo as autoridades, 2.389 teriam sido deportadas ilegalmente. As regiões fronteiriças têm sido os principais destinos que os ucranianos têm buscado. Só a Polônia abriga mais da metade de todos os refugiados: são mais de 2 milhões de pessoas. Segundo a representante da Organização Mundial de Saúde na Ucrânia, Paloma Cuchi, “ao menos dois terços das pessoas querem permanecer na Polônia”. A Romênia é o segundo país que mais tem acolhido quem foge da guerra, já são mais de 500 mil pessoas. Seguido desses dois, vem a Moldávia, que já registrou mais de 300 mil entradas. A Hungria que também recebeu mais de 300 mil, e Eslováquia e Rússia somam mais de 200 mil cada uma.