O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília na noite deste domingo, 3, para cumprir uma série de agendas com políticos nesta semana. Os compromissos têm como pano de fundo as articulações visando as eleições de 2022. Depois de um encontro com governadores da região Nordeste, o petista se reuniu, na manhã desta segunda-feira, 4, com as bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado. Lula pediu aos parlamentares que mantenham a postura de enfrentamento ao governo do presidente Jair Bolsonaro e pregou cautela em relação aos resultados apresentados nas últimas semanas pelas pesquisas eleitorais. De acordo com os levantamentos divulgados pelo Datafolha e pelo Ipec, empresa que substituiu o Ibope, o ex-presidente lidera a corrida pelo Palácio do Planalto e derrotaria o atual chefe do Executivo federal em um eventual segundo turno. Segundo relatos feitos à Jovem Pan, o ex-mandatário reforçou que a sigla precisa entrar no pleito do ano que vem com “sede de vitória”. O principal ponto da fala de Lula, diz um parlamentar, foi o seguinte: “Nada de salto alto, nada de achar que as coisas estão resolvidas”.
“Foi uma conversa boa. Lula falou sobre as conversas que vai ter em Brasília, a conjuntura nacional, a possibilidade de ampliar as alianças em termos nacionais e sobre sua expectativa em relação à bancada”, disse à Jovem Pan o senador Humberto Costa (PT-PE), um dos parlamentares com quem o ex-presidente mantém relações estreitas. “Foi uma reunião para ouvirmos as ideias dele sobre o processo eleitoral. Lula vai conversar com todo mundo que quiser conversar com ele, independentemente de aliança, coligação ou palanque. Ele vai conversar com todo mundo”, resume o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP). “Queríamos uma integração entre Lula e a bancada, para que possamos avançar com a ideia de criar um projeto de reconstrução do Brasil. A ideia é trabalharmos juntos. O Lula nos colocou uma frase boa. Disse que fizemos muito pelo Brasil. Criamos políticas públicas, o povo tinha emprego, comida na mesa e o filho do trabalhador podia fazer faculdade. Ele quer fazer isto e muito mais. Foi uma fala muito entusiasmada”, afirmou à reportagem o líder do PT na Câmara dos Deputados, Bohn Gass (PT-RS). “Na Câmara, precisamos manter a mobilização. Outras instituições impuseram um freio de arrumação. No Senado, temos a CPI da Covid-19; o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] tem atuado contra as fake news; o STF [Supremo Tribunal Federal] tomou decisões que corrigiram as injustiças das condenações de Lula, mas a Câmara segue votando os projetos de Bolsonaro. A interlocução com os movimentos sociais é fundamental para fazer a pauta do impeachment avançar”, segue o parlamentar gaúcho.
Fonte: Jovem Pan