Emoção marca volta de jogadores da Ucrânia ao Brasil: ‘Foi muito difícil’

O jogador Dodô, do Shakhtar Donetsk, também estava entre os jogadores que retornaram ao Brasil

O voo que saiu de Amsterdã, na Holanda, às 10h30 no horário local, estava previsto para chegar no Aeroporto Internacional de Guarulhos no fim da tarde desta terça-feira, 1º. Entre eles estavam os jogadores do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, Vinícius Augusto Tobias da Silva e Vitor Eduardo da Silva Matos, mais conhecido como Vitão. Os familiares aguardavam ansiosos pela chegada dos atletas. Faltando poucos minutos para reencontrar o filho, a mãe de Vinícius, Daguimar Tobias da Silva, estava nervosa. “A todo momento fiquei nervosa, fui só pedindo para Deus mandar o meu filho de volta para casa. Chorava muito e dentro de casa ficava nervosa, mas falava assim: ‘Tudo vai passar”, afirmou.

O primeiro a sair foi Vitão, que abraçou a família emocionado. Junto com outros jogadores, ele ficou em um bunker em um hotel de Kiev. “Muito difícil, estava a ponto de acabar alimentos. Meu filho estava ficando sem fraldas, sem leite, não tinha como sair para comprar. Dormindo no chão, todo mundo junto, apertado. A gente conseguiu pegar alguns colchões para quem estava com criança menor e Graças a Deus conseguimos chegar bem, com a minha família. Meu maior medo foi meu filho passar fome, passar sede, porque estava acabando tudo”, relata Vitor.

Vinícius detalhou sobre os momentos que esteve no abrigo. “A gente ouvia bomba, tiro, ficamos muito preocupados, mas deu tudo certo. Tanques a gente viu, mas soldados não chegamos a ver. O momento que não vai apagar na minha memória foi ver todos os meus companheiros brasileiros chorando. Foi muito difícil ver o que todo mundo estava passando”, afirmou. O empresário de Vinícius, Renato Silva, criticou a falta de apoio do Ministério das Relações Exteriores. Segundo ele, a saída dos jogadores do país foi possível após apoio da UEFA.

“A embaixada brasileira deixou a desejar. Ficamos largados lá, não teve nenhuma comunicação para algo mais assertivo. Então o que nos ajudou foi o Moraes, que é um dos líderes do grupo, ele é ucraniano, ele teve contato com a FIFA e o presidente da UEFA ligou e coordenou junto coma federação ucraniana a nossa saída de Kiev”, disse. Segundo o Itamaraty, havia cerca de 500 brasileiros vivendo na Ucrânia antes do início do conflito com a Rússia. A estimativa é que pelo menos 100 brasileiros já deixaram o país e outros 80 querem voltar ao Brasil.

*Com informações da repórter Carolina Abelin


Fonte: Jovem Pan

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