Centenas de empresários, intelectuais e lideranças polícias divulgaram na noite de quarta-feira, 4, um manifesto em defesa do sistema eleitoral e da Justiça brasileira. O texto foi divulgado no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no inquérito das fakes news por questionamentos públicos em relação à segurança das urnas eletrônicas. Em entrevista ao programa “Os Pingos Nos Is“, da Jovem Pan, o mandatário disse que não vai se intimidar pelas investigações e acrescentou que, se preciso for, “jogará com armas do outro lado”. “Olha, eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição. E jogo, se preciso for, com as armas do outro lado”, afirmou Bolsonaro. O documento intitulado “Eleições Serão Respeitadas” defende que o Brasil só poderá enfrentar a crise sanitária, social e econômica com base na “estabilidade democrática” e que isso só será possível por meio da realização do pleito.
“O princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico”, aponta manifesto. “A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias. O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados”, finaliza o manifesto, sem citar o presidente. Entre os signatários estão Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Itaú Unibanco, Pedro Parente, da BRF e ex-presidente da Petrobras, Carlos Jereissati, do Iguatemi, e Guilherme Leal, da Natura. Assinam também o documentarista João Moreira Salles, os médicos Margareth Dalcomo e Drauzio Varella, os economistas Alexandre Schwartsman e Elena Landau, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim e o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. A lista de assinaturas inclui ainda as da Monja Cohen, as do cardeal Dom Odilo Scherer e do rabino da Congregação Israelita Paulista, Michel Schlesinger.
Fonte: Jovem Pan