A 21ª rodada do Campeonato Brasileiro começa neste sábado, 18, a partir das 17 horas (de Brasília), com a partida entre Chapecoense e Palmeiras, na Arena Condá. O torneio, no entanto, correu sério risco de ser paralisado devido a um imbróglio envolvendo Flamengo e outros 17 clubes sobre o retorno da torcida aos estádios. No decorrer da semana, o Rubro-Negro carioca anunciou que contaria com a presença de torcedores no Maracanã nos jogos diante do Grêmio, válidas por Copa do Brasil e Brasileirão, graças a uma liminar e à autorização da Prefeitura do Rio de Janeiro. Revoltados com a decisão da diretoria flamenguista, que se recusou a participar de uma reunião na CBF para debater o tema, as agremiações entraram no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para derrubar a liminar dada ao time carioca, ameaçando interromper a competição.
Todos os outros clubes da Série A, com exceção de Atlético-MG e Cuiabá, entraram com recurso no STJD sob a justificativa de que a medida favorável ao Flamengo fere a isonomia da competição. Além disso, eles argumentaram que a liminar desrespeita um acordo feito entre as 20 equipes que integram a elite do futebol nacional, estabelecido em uma reunião do conselho técnico, realizada em 24 de março deste ano. Isso porque, atualmente, poucos clubes poderiam mandar suas partidas com os portões abertos. Além do Rio, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Mato Grosso e a Prefeitura de Belo Horizonte permitiram o retorno gradual. Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) já anunciou que só vai liberar torcida nas arenas a partir de 1º de novembro — o Estado tem cinco representantes no campeonato (Corinthians, Palmeiras, RB Bragantino, Santos e São Paulo). Paraná, Santa Catarina, Ceará e Bahia, por sua vez, ainda não definiram uma data.
À Jovem Pan, o diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein, detonou a postura dos rubro-negros, afirmando que a medida é individualista. “O Flamengo apresenta um lado ruim, que é do seu mascote [um urubu]: o lado da carniça. É o clube que se considera diferente dos outros, que tem uma medida provisória apenas para si, que quer voltar antes de todos outros e que não respeita seus companheiros. O Flamengo sempre apresenta este ‘nariz empinado’, é um clube antipático do ponto de vista do trato pessoal, o que não invalida o seu grande futebol e o seu trabalho”, disparou. Apesar do apelo, em um primeiro momento, a liminar não foi derrubada pelo presidente do STJD, Otávio Noronha. Tanto foi assim que o confronto entre Flamengo e Grêmio, pela Copa do Brasil, aconteceu com público no Maracanã — cerca de 6 mil pagantes viram “in loco” a classificação da equipe de Renato Gaúcho à semifinal.
Na madrugada de quinta-feira, entretanto, o vice-presidente do (STJD), Felipe Bevilacqua, atendeu a uma nova solicitação dos 17 clubes, derrubando a MP favorável ao Flamengo, até a próxima reunião do Conselho Técnico da CBF, marcada para dia 28 de setembro. Na sentença, o jurista justificou sua decisão com a possível paralisação do torneio. “Diante do caráter de urgência ante a possível violação à legislação federal posta e consubstanciado nas inúmeras petições e manifestações dos autos, bem como tratando-se de matéria com escopo relevante e que traduz, em análise perfunctória, probabilidade de dano de difícil ou incerta reparação com a iminente não realização da rodada deste próximo final de semana, concedo parcialmente o efeito suspensivo ativo vindicado”, escreveu.
Fonte: Jovem Pan