Ernesto Araújo será demitido? Entenda porque ministro está na mira do Congresso

Nos últimos dias, congressistas passaram a exigir a demissão do ministro das Relações Exteriores

Na noite da quarta-feira, 24, enquanto a Câmara dos Deputados votava um projeto de lei que permite que empresas e pessoas físicas paguem pela conversão de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) não destinados a Covid-19 em hospitais privados para o tratamento da doença, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), fez um duro discurso com recados ao Palácio do Planalto sobre o enfrentamento da pandemia no Brasil. Em sua manifestação, Lira afirmou que o Parlamento possui remédios “amargos”, alguns “fatais”. Apesar da alusão implícita a um eventual processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, parlamentares ouvidos pela Jovem Pan afirmam que o pronunciamento tinha um destinatário específico: o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

No Congresso, prevalece a leitura de que a postura ideológica do chanceler inviabilizou a interlocução do governo brasileiro com os Estados Unidos, China, Rússia e Índia, países que poderiam fornecer vacinas contra a Covid-19 para o Brasil. Em abril de 2020, por exemplo, o ministro publicou um texto em seu blog pessoal, intitulado “Chegou o comunavírus”, no qual denuncia um “plano comunista” que iria tirar proveito da pandemia de coronavírus para implementar sua ideologia por meio de organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais recentemente, o governo brasileiro se negou a reconhecer a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições presidenciais.

Na última semana, integrantes do Centrão subiram o tom contra o chanceler brasileiro e passaram a exigir a sua demissão. “Ou sai a ala ideológica ou a guerra está declarada”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP), correligionário de Lira, em entrevista à Jovem Pan. A rejeição ao chefe do Itamaraty, no entanto, não se restringe à base aliada do governo Bolsonaro. Também na quarta-feira, em uma audiência no Senado, Araújo foi criticado por parlamentares de diversos partidos, que pediram a sua renúncia. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apontou que a saída do ministro solucionaria uma crise. “O senhor não tem mais condições de ficar no Ministério das Relações Exteriores. E não é para criar uma crise, é para solucionar”, afirmou.  “O senhor ouviu o presidente dizer que era uma gripezinha. Faça um bem para o país e saia do Ministério das Relações Exteriores”, disse Jorge Kajuru (Cidadania-GO). “Faço um desafio a Vossa Excelência, que acha que não atrapalha o Brasil nesse momento de pandemia: peça exoneração por 30 dias. Vamos ver se, com esse gesto, não conseguimos mais rapidamente as vacinas”, pontuou a senadora Simone Tebet (MDB-MS).


Fonte: Jovem Pan

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