‘Escola deve ser a última a fechar e a primeira a reabrir’, diz representante do ‘Escolas Abertas’

Em São Paulo, 1,8 milhões de crianças deixaram de ser alfabetizadas em 2020

O Senado Federal está analisando um projeto de lei que torna a educação um serviço essencial. Com isso, as atividades escolares não poderão ser paralisadas durante a pandemia. A representante do movimento Escolas Abertas, Isabel Quintella, considera a proposta extremamente positiva. “A importância dessa lei é que ela entende a essencialidade da Educação para o Brasil inteiro e diz que a educação, como atividade essencial, em caso de uma pandemia, deve ser a última a fechar e a primeira reabrir”, diz Isabel em entrevista ao Jornal da Manhã. “Para fechar, as escolas têm que ser fechadas com base em critérios científicos, específicos e que justifiquem aquele fechamento. O fechamento tem que ser temporário e a volta deve ser criteriosa, com protocolos, com segurança para os alunos, professores e funcionários”, acrescenta. “O que isso evita? O que a gente viveu no ano passado, que foi uma absoluta inversão de valores, um fechamento prolongado das escolas sem qualquer critério científico. A gente viu bares, restaurantes e academias abrirem e as escolas permanecerem fechadas. Essa lei vem a sanar essa situação que a gente viveu ano passado.”

A representante do movimento Escolas Abertas defende que as aulas presenciais têm que voltar, porque a Educação não é uma atividade essencial só para as crianças, mas para a sociedade como um todo. Para ela, nada substitui o ensino presencial. “Existem diversas pesquisas que falam sobre o ensino remoto e comprovam que o aprendizado perde sim neste formato”, argumenta. Isabel considera que a conjunção do ensino presencial com híbrido é uma forma de recuperar o que foi perdido durante o ano letivo de 2020, mas acredita que o ensino remoto por si só não resolve o problema. Apesar disso, Isabel ressalta que o ensino remoto prestou um grande papel em 2020, que foi de manter o vínculo das crianças com a escola. “Temos uma grande dificuldade no Brasil que é que nem todos têm acesso aos meios de comunicação. E mesmo para aqueles que têm um acesso de meio período, existem certas faixas etárias e certas condições individuais dos alunos que não permitem que eles se beneficiem do ensino remoto. Apesar da gente entender que esse ensino remoto pode ser necessário na parte do reforço e na parte de recuperação, nós entendemos que nada substitui a sala de aula”, reforça a especialistas.


Fonte: Jovem Pan

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