É inegável que a Lava Jato fez o Brasil acordar para a corrupção nas entranhas dos poderes. Desde 2014, protestos em favor da força tarefa de Curitiba viraram rotina no país. A defesa da Lava Jato, fim do foro privilegiado e a prisão em segunda instância estavam na boca do povo. Já na boca dos políticos contrários à operação, como o deputado Glauber Braga (PSOL), ataques não faltaram. “O senhor vai estar, sim, nos livros de história. Vai estar nos livros de história como o juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. É isso que vai estar nos livros de história.” Em sessão na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados, em 2019, Sergio Moro, já ministro, rebateu os insultos do parlamentar. “O senhor não tem fato, não tem argumento, só tem ofensas. O senhor é desqualificado para exercer esse cargo.”
Os advogados de investigados na Lava Jato também não perdiam a chance de alfinetar Sergio Moro, como Antônio Carlos de Almeida Castro — o Kakay. Os ataques vinham de todos os lados. O senador Fernando Collor acusou o então procurador Rodrigo Janot de vazar dados da Lava Jato. Rodrigo Janot retrucou. “Alguns meios de comunicação deram a chamada lista do Janot. Alguns acertavam nomes, outros erraram. E não se vaza nome errado.” O procurador teve embates também com o ministro Gilmar Mendes. E nas páginas de um livro, relatou que foi armado ao Supremo Tribunal Federal para matar o magistrado. O ministro do STF atacou inúmeras vezes os métodos da Lava Jato.
As conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil, obtidas por meio de hackers, causaram constrangimento à cúpula da Lava Jato. As mensagens indicariam que Sergio Moro sugeriu testemunhas e aconselhou procuradores. Ele questionava a origem ilícita das informações. “Alguém, com muitos recursos, está por trás dessas invasões. E o objetivo principal seria invalidar condenações da Operação Lava Jato e impedir novas investigações.”
Fonte: Jovem Pan