A psicóloga Agda Machado, de 32 anos, foi diagnosticada com câncer de mama no ano passado. Com a descoberta precoce da doença, ela iniciou imediatamente o processo de radioterapia, o que facilitou o tratamento. “Todo dia tem que ir fazer a radioterapia. O processo é bem tranquilo, eu conseguia trabalhar, fazer minhas coisas, diferente de quando eu fiz a cirurgia e a quimioterapia. Depois de todo esse processo de tratamento, eu faço acompanhamento de seis em seis meses”, conta. Assim como a Agda, 333 mil pacientes oncológicos vão precisar receber radioterapia no Brasil até 2030, um aumento de mais de 40% da demanda atual. Porém, segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Radioterapia e da Fundação Dom Cabral, o cenário é de preocupação. O país tem, hoje, 409 equipamentos que realizam o tratamento, mas 111 deles estão obsoletos. Além disso, em 19 anos, 52% dessas máquinas estarão fora de uso.
Para que o problema seja corrigido a tempo, os pesquisadores indicam que seria necessário adquirir 530 novos equipamentos. Segundo o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, Arthur Accioly, sem essas ações o sistema pode entrar em colapso. “A principal preocupação é que, se nada for feito pensando daqui a três anos, quando essas ações vão trazer resultado, o problema vai ser muito maior e vamos precisar de outros três anos para poder ter algum resultado quando o caos for instalado. O importante é não deixar o caos se instalar e a gente está se encaminhando para isso”, afirma Accioly. O câncer é atualmente a segunda principal causa de morte no Brasil e com o envelhecimento da população, a projeção é que seja a primeira até 2030, quando cerca de 640 mil brasileiros terão a doença.
*Com informações do repórter Vinicius Moura
Fonte: Jovem Pan