Ex-chefe do PNI critica campanha anti-vacina e relata pedido para retirada de presos do grupo prioritário

Ex-chefe do PNI, Francieli Fantinato depôs nesta quinta-feira, 8

Em seu depoimento à CPI da Covid-19, a ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI) Francieli Fantinato criticou as declarações que colocam em xeque a eficácia de vacinas, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro não investiu em campanhas publicitárias de incentivo à imunização e relatou um pedido feito por Elcio Franco Filho, braço direito do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, para retirar a população carcerária dos grupos prioritários do programa de vacinação. A oitiva também foi marcada por uma decisão do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), de retirar a servidora, que pediu exoneração do cargo no dia 30 de junho, da lista de investigados pela comissão– como consequência disso, os senadores suspenderam a quebra dos sigilos telefônico e telemático autorizados no mês de junho.

“Para um programa de vacinação ter sucesso, é simples: é necessário ter vacinas e campanha publicitária efetiva. Infelizmente, não tive nenhum dos dois”. Foi com esta afirmação que Francieli Fantinato encerrou sua fala inicial na sessão desta quinta-feira, 8. A ex-chefe do PNI também disse que houve “politização da vacina por meio do líder da nação”, em alusão às declarações de Bolsonaro contra os imunizantes. Em mais de uma ocasião, Fantinato defendeu que o país adote “uma única forma de comunicação”. “Minha opinião é que precisamos ter uma comunicação em favor das vacinas. Elas são seguras, eficazes. Nós modificamos a nossa história epidemiológica [por causa das vacinas]. Tivemos uma transição epidemiológica na qual as doenças imunopreviníveis reduziram de forma grande por causa de vacinação, não foi por causa de outros elementos. Precisamos ter uma fala favorável à vacina. Isso tem que partir de todas as pessoas. Precisamos de uma informação unificada. Vacinação é um ato coletivo. Se não tivermos uma comunicação unificada, não conseguiremos esse ato coletivo”, disse.


Fonte: Jovem Pan

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