Ex-diretor de logística é preso acusado de mentir na CPI da Covid-19

Ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias depôs nesta quarta-feira, 7, à CPI da Covid-19

Em um dos dias mais tensos desde o início dos trabalhos da comissão, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias saiu preso da CPI da Covid-19 nesta quarta-feira, 7. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Legislativa do Senado. Segundo o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), Dias cometeu o crime de perjúrio, ou seja, mentir sob juramento, ao negar que havia combinado um encontro com Luiz Paulo Dominguetti, policial militar de Minas Gerais que se apresentou como representante da Davati Medical Supply, em um restaurante no Brasília Shopping. Dominguetti acusou o então diretor de logística de pedir propina de US$ 1 por dose da vacina da AstraZeneca.

“Ele está preso por perjúrio, por mentir. Se eu estiver cometendo um abuso de autoridade, que a advogada ou qualquer senador me processem. Ele será detido pelo Brasil. Estamos aqui pelos que morreram, pelas vítimas sequeladas. Não estamos aqui para brincar, ouvir historinha de servidor que pediu propina. O depoente que achar que pode vir aqui brincar, terá o mesmo destino. Ele está preso e a sessão, encerrada”, disse Omar Aziz antes de encerrar a reunião desta quarta-feira. “Estou cansado de mentira”, acrescentou. Senadores governistas e integrantes do chamado G7, formado pelos parlamentares de oposição e independentes, tentaram reverter a decisão. Suplente da comissão, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que a CPI não “botou um general na cadeia”, em alusão ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. As senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Simone Tebet (MDB-MS) pediram que Dias revisse seu posicionamento a fim de contar a verdade ao colegiado.

Em seu depoimento, Dias afirmou que conheceu Dominguetti acidentalmente e negou que tenha combinado o encontro. Segundo a versão do ex-diretor do Ministério da Saúde, o representante da Davati Medical Supply se juntou à mesa porque estava acompanhado do tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor da pasta. O suposto vendedor de vacinas teria feito uma oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo federal. No dia seguinte, ele foi recebido no ministério. Embora confirme o jantar, Roberto Dias nega que tenha pedido propina.


Fonte: Jovem Pan

Comentários