Ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez ficará 4 meses em prisão preventiva

Jeanine Áñez teria conspirado em 2019 contra Evo Morales, que acabara de ser reeleito para o terceiro mandato consecutivo

A Justiça da Bolívia determinou quatro meses de prisão preventiva para Jeanine Áñez, a ex-presidente interina que está sendo acusada de sedição, terrorismo e conspiração pelo suposto golpe de Estado contra o então presidente Evo Morales em 2019. “Me enviaram para quatro meses de detenção para esperar o julgamento por um ‘golpe’ que nunca aconteceu”, afirmou Áñez em perfil oficial no Twitter. “Daqui, peço à Bolívia que tenha fé e esperança. Um dia, com todos, construiremos uma Bolívia melhor”, completou. Inicialmente, o Ministério Público havia pedido por 6 meses de prisão preventiva justificando o risco de fuga da acusada, mas a juíza Regina Santa Cruz acabou decidindo por um período menor ao ouvir os argumentos da promotoria e dos advogados de defesa em uma audiência que durou várias horas. Jeanine Áñez estava escondida dentro de uma cama box, na casa de um parente, quando foi detida pelas autoridades bolivianas no sábado, 13. O ex-ministro da Justiça, Álvaro Coímbra, e o ex-ministro da Energia, Rodrigo Guzmán, já tinham sido presos na sexta-feira, 12, pelas mesmas acusações.

O Ministério Público da Bolívia alega que Jeanine Áñez e os dois ministros teriam conspirado para executar um golpe de Estado contra Evo Morales. O ex-presidente acabou renunciando em novembro de 2019 em meio a denúncias de que ele teria fraudado as eleições para continuar governando de maneira ininterrupta até 2025, sendo que ele já estava no poder desde 2006. Evo Morales se exilou no México e na Argentina até voltar para a Bolívia em novembro de 2020, logo após a posse do seu aliado e atual presidente Luis Arce. O Movimento ao Socialismo, ao qual os dois pertencem, argumenta que a recente vitória de Arce demonstra que não houve fraude eleitoral na reeleição de Morales anos atrás.


Fonte: Jovem Pan

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