Membro titular da comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) estima que a proposta, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) será rejeitada por uma “margem segura” na volta do recesso parlamentar – o colegiado se reúne para votar o relatório do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) no dia 5 de agosto. Na avaliação de Trad, a rejeição à matéria, que já era grande, cresceu ainda mais depois das últimas declarações do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que saiu em defesa da mudança do sistema de votação do país. “Tudo indica que o voto impresso será rejeitado. Antes da declaração do ministro da Defesa, a PEC já tinha grandes chances de ser rejeitada. Depois disso, aumentaram as chances. Hoje, vejo uma margem segura para que a proposta seja rejeitada”, disse em entrevista à Jovem Pan. Segundo estimativa do parlamentar, o texto deve ser rejeitado por 24 votos a 10. Na última sessão antes do recesso, um requerimento de retirada de pauta, que contava com o apoio do governo, já havia sido negado por 22 votos a 12.
Exatamente há um mês, presidentes de 11 partidos se reuniram virtualmente e fecharam questão contra o voto impresso, uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Entre os presentes estavam dirigentes de siglas que integram a base do governo federal, entre eles Ciro Nogueira, do Progressistas, Valdemar Costa Neto, do PL, e Marcos Pereira, do Republicanos. Para o deputado Fábio Trad, esta decisão é uma “demonstração de lucidez”. “Foi uma demonstração de lucidez dos presidentes de partidos. Reconheceram mais uma bravata do presidente da República, que até agora se limitou a ficar no terreno da especulação sobre a vulnerabilidade das urnas. Não houve comprovação de que urnas são passíveis de fraude, nenhuma ocorrência provada de fraude, de maneira que aquele encontro virtual foi uma demonstração de lucidez, de reconhecimento de que não há razão alguma para se mudar essa conquista da cidadania brasileira”, afirmou. Nesta segunda-feira, em conversa com apoiadores, Bolsonaro disse que fará uma live, na noite da quinta-feira, 29, na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para apresentar provas de que houve fraude nas eleições de 2014 – nos últimos dias, o chefe do Executivo federal tem afirmado que o tucano Aécio Neves venceu Dilma Rousseff no pleito.
Fonte: Jovem Pan