O feriado de Natal deixou São Paulo com uma cara diferente: depois de meses funcionando com regras mais flexíveis, o governo proibiu as atividades não essenciais em todo o estado. A fase vermelha, a mais restritiva do plano de contenção da gestão Doria, passou a vigorar nesta sexta-feira, dia 25 de dezembro, e continua de pé até o dia 27. As restrições, que tem como objetivo frear o avanço da Covid-19 durante as festas de fim de ano, também serão impostas entre os dias primeiro e três de janeiro. Na capital paulista, o cenário, que há poucos dias era de ruas e bares lotados, mudou. Conhecida pelo comércio lotado e pelas grandes aglomerações, as ruas do Brás ficaram vazias – sem pessoas ou carros. O mesmo aconteceu com a rua 25 de Março; os shoppings e restaurantes, acostumados a receber o público depois do Natal para confraternizações e trocas de presentes, permaneceram fechados.
O estudante de medicina veterinária Rafael Nascimento Rodrigues resolveu aproveitar as ruas vazias para passear; apesar de estar cansado da quarentena, ele afirma que concorda com as medidas impostas pelo governo. “A gente sabia que hoje estaria vazio, fechado, saímos para respirar um pouco, porque ninguém aguenta ficar tanto tempo em casa, desde março. No momento é essencial, estamos precisando pelo aumento da pandemia, os hospitais alguns já não tem locais para colocar mais gente. Sou casado com um enfermeiro e onde ele trabalha, um hospital, não tem lugar. Então acho essencial sim”, comenta.
Apesar do entendimento de parte da população, empresários dos setores atingidos pelo novo fechamento reclamam da falta de diálogo e das medidas impostas pela gestão Doria. Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, por exemplo, pediu na Justiça a abertura do comércio nas festas em São Paulo; mas o pedido foi negado. Agora, segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun , a associação pretende ir ao Supremo Tribunal Federal para que a reabertura aconteça nos dias de fase vermelha. “Nosso lado está extremamente protegido, fizemos altos investimentos tanto os lojista quanto empreendedores de shoppings, e a gente acaba sendo prejudicados nas vendas sem nem uma explicação, e o pior é que não fomos chamados para dialogar. Normalmente depois do Natal você tem uma grande movimentação de trocas e de de compras de roupas para o final do ano. Agora resolvem fechar a nossa atividade, que tem mais de 50 segmentos dentro de shopping, com um faturamento extraordinário, que vão demitir novamente e quem se responsabiliza por isso?”, questiona.
Fonte: Jovem Pan