A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta terça-feira, 14, a distribuição de 1,7 milhão de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19. De acordo com a Fiocruz, a entrega realizada hoje fez com que o total de doses disponibilizadas pela Fundação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) chegasse à 93,6 milhões. A Fundação diz ainda que mais entregas estão previstas para acontecer durante essa semana, mas que as quantidades ainda não foram definidas e só serão divulgadas após relatórios do controle de qualidade. “As entregas semanais até o fim do mês estão garantidas, e Bio-Manguinhos/Fiocruz aguarda novas remessas do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA)”, afirmou a Fiocruz em comunicado, que também esclareceu que as doses são enviadas ao Ministério da Saúde, que realiza a distribuição aos Estados.
A fábrica da Fiocruz sofreu interrupção por duas semanas devido à falta de de matéria-prima, o IFA, que vem da China e chegou com atraso. Em razão disso, pelo menos quatro capitais estão sem a vacina da AstraZeneca ou com estoques no final: São Paulo, Rio de Janeiro, Palmas (TO) e Porto Velho (RO). Na cidade de São Paulo, por exemplo, o governo do Estado decidiu substituir a segunda dose da AstraZeneca pela vacina da Pfizer por causa do desabastecimento do imunizante de Oxford. Segundo o secretário Estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, o baixo estoque é generalizado no país. “Não é só São Paulo que está sofrendo apagão de vacinas, especialmente da AstraZeneca. Existem outros Estados vivendo essa mesma problemática. […] Se sempre dissemos que para uma pessoa estar devidamente vacinada precisaria estar com as duas doses, não seria certo deixar público à mercê”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira.
Queiroga reclama da ‘torre de Babel’ entre Estados
Também ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o “apagão” de vacinas da AstraZeneca denunciado pelos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo é visto pela pasta como um resultado das cidades que utilizaram de forma errônea doses que eram para outros momentos do programa de imunização. “Cada um quer avançar com a campanha, mas isso não é uma aposta de corrida de Fórmula 1, isso aqui é uma campanha de imunização que tem sido feita com muito sucesso. As decisões são decisões técnicas (…) Fica difícil. Como é que nós conseguimos conduzir uma campanha de vacinação com essa espécie de ‘torre de babel’ vacinal?”, perguntou. Ele lembrou mais de uma vez da necessidade das unidades federativas seguirem o Plano Nacional de Imunização (PNI). “Se seguir o PNI, nós vamos chegar fortes ao final dessa campanha de imunização que já é um sucesso”, disse.
Fonte: Jovem Pan