A Fundação Oswaldo Cruz quer iniciar a distribuição de uma vacina contra a Covid-19 totalmente nacional em outubro. Isso significa que até os insumos, atualmente importados, também seriam produzidos no Brasil. A previsão foi feita por Maurício Zuma, diretor do Instituto Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz responsável pela produção da vacina de Oxford, em evento da Febraban. Segundo Zuma, a produção nacional ainda depende de licenciamento da tecnologia pela AstraZeneca. “A gente espera que em maio, mais tarde em junho, a gente comece a produção dos primeiros lotes de consistência. Os lotes de validação que a gente chama, pré-validação primeiro. Mas isso leva um tempo, se tudo der certo, a gente espera estar distribuindo vacina totalmente nacional a partir de outubro. É o nosso plano.”
Inicialmente, a produção totalmente local da Fiocruz seria de 15 milhões de doses por mês. Até lá, a corrida por vacinas continua. Após nova reunião com representantes do Nordeste, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cobrou mais informações sobre os pedidos de importação da Sputnik V. A agência verificou que o Certificado de Registro emitido pelo Ministério da Saúde da Rússia não veio acompanhado de relatório técnico, que ateste os aspectos de qualidade e segurança do imunizante. Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, a vacina russa já teve eficácia comprovada em outros países. “A esperança que seja considerada as regras da Lei 124/2021, que coloca um prazo de sete dias úteis, nove dias corridos, para que se tenha a aprovação para o uso, para a licença de importação da vacina Sputnik”, disse.
Além da oferta, a transparência na vacinação também preocupa os Estados. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse nesta quarta-feira que das mais de 1 milhão de doses entregues aos municípios, 400 mil vacinas podem não ter sido aplicadas ou deixaram de ser registradas no sistema do Ministério da Saúde. Caiado fez um apelo aos secretários e prefeitos, afirmando que “essa conduta compromete todo o resultado e pode fazer com que alguns municípios recebam menos doses nas próximas levas enquanto não identificarem o destino dos imunizantes”.
*Com informações da repórter Letícia Santini