A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, do Rio Janeiro, determinou na terça-feira, 2, que Flordelis explique, em 48 horas, o descarregamento de sua tornozeleira eletrônica, que é monitorada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio Janeiro. Os momentos em que a deputada afastada ficou sem o equipamento estão elencadas no relatório da pasta. A deputada federal é acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Em outubro de 2020, a pastora foi intimada a utilizar o aparelho. Na mesma decisão, Flordelis foi obrigada a ficar em recolhimento domiciliar entre as 23h e 6h. “Diante dos relatórios de monitoramento da tornozeleira da ré Flordelis, os quais apontam o descarregamento do equipamento, mesmo estando ciente a monitorada acerca do dever de manter o equipamento operante e devidamente carregado, intime-se a própria para justificar as violações, no prazo de 48 horas”, diz despacho da juíza. Após pedido de acesso aos documentos da Secretaria de Administração Penitenciária pela Jovem Pan, a pasta alegou que as informações dos relatórios de monitoração das tornozeleiras eletrônicas são de acesso exclusivo da Justiça.
A juíza Nearis solicitou à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados uma cópia da documentação descritiva das mencionadas violações pela parlamentar, além de informar se há a possibilidade de os congressistas participarem atualmente, diante da pandemia, de todas as sessões e atos relativos ao mandato de forma virtual. À esta reportagem, o advogado de Flordelis, Anderson Rollemberg, confirmou que a tornozeleira da deputada ficou sem ser carregada “por horas”. Ele atribuiu a falta de bateria do equipamento a um problema no carregador. “Foi uma irregularidade do carregador. Defeito de carregador, igual ao [carregador] de celular. Apresenta problema e, quando você vê pela manhã, ao invés de ter carregado, não carregou”, justificou Rollemberg. Segundo o advogado, a defesa já solicitou a troca do aparelho.
Fonte: Jovem Pan