Fora da Fórmula 1, Mazepin se vê injustiçado e cria fundação para ajudar vetados por razões políticas

O russo Nikita Mazepin disse que foi injustiçado na Fórmula 1

Demitido da equipe Haas de Fórmula 1 após a invasão da Rússia contra a Ucrânia, o russo Nikita Mazepin anunciou, nesta quarta-feira, 9, a criação de um fundação para ajudar atletas que não podem competir por motivos políticos. Com contrato rescindido na semana passada, o piloto também afirmou que a decisão da escuderia norte-americana foi injusta – a empresa russa Uralkali passou pela mesma situação e, agora, irá à justiça para exigir a devolução do dinheiro investido para a temporada de 2022, que ainda não começou.

“Hoje anuncio a criação de uma nova fundação para ajudar os esportistas que foram bloqueados de competir por razões políticas”, disse à imprensa. A nova fundação, chamada “We compete as one” (“Competimos como um só”, em tradução livre), será financiada pelo dinheiro que a Uralkali tinha reservado para patrocinar a equipe. A empresa afirma que a Haas cometeu uma ação injustificada ao rescindir o contrato com efeito imediato. “A decisão da Haas não se baseou em nenhuma disposição da autoridade da FIA, nem foi ditada por qualquer sanção imposta a mim, ou ao meu pai (Dmitry Mazepin) ou à empresa dele (Uralkali)”, argumentou Mazepin em videoconferência de Moscou. “Eu me pergunto se não há lugar para a neutralidade no esporte. Um esportista tem o direito não só de ter uma opinião, mas também de manter a sua opinião fora do espaço público? Deve um desportista ser castigado por isso?”, questionou.

Mazepin recordou o que acontece quando um país se recusa a competir com outro nos Jogos Olímpicos por causa de desacordos políticos. “Na década de 1980, vimos uma geração de atletas ter os seus sonhos arruinados quando os países começaram a se boicotar mutuamente”, declarou. “É aqui que queremos estar? Ou o esporte é uma forma de aproximar as pessoas, mesmo nos tempos mais difíceis, e especialmente nos tempos mais difíceis?”, indagou. O piloto explicou que a fundação fornecerá apoio financeiro, jurídico e médico aos esportistas proibidos de competir por razões políticas.”Todos sabemos que a carreira de um atleta é curta e requer anos de intenso sacrifício para ter um desempenho no mais alto nível. Quando essa recompensa final é tirada, o efeito é devastador. Ninguém pensa no que acontece a seguir. Vou tratar do assunto”, anunciou.

*Com informações da Agência EFE


Fonte: Jovem Pan

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