Fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões é ‘total inversão de prioridades’, afirma deputada do Novo

Adriana Ventura, deputada federal pelo partido Novo

O partido Novo vai realizar no próximo final de semana ações coordenadas por todo o país para rechaçar a aprovação do novo Fundo Eleitoral pelo Congresso Nacional no valor de R$ 4,9 bilhões, o maior volume já destinado a campanhas eleitorais em toda a história. As manifestações estão programadas para ocorrer em 13 Estados do país, distribuídos por 80 cidades. Para falar sobre o assunto, a deputada federal do Novo de São Paulo Adriana Ventura concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira, 18. Para ela, o valor aprovado é uma aberração e uma “total inversão de prioridades”.

“O nosso país está no topo do ranking. Se fosse o vergonhoso R$ 2 bilhões já seria um vergonha e já estaria no topo do ranking dos países que mais gastam com campanha política. Quando a gente pensa em R$ 4,9 bilhões, que é o que temos, estamos falando de US$ 800 milhões. Os Estados Unidos gastam US$ 20 milhões. Os nosso vizinhos, a Argentina gasta US$ 12 milhões e o Chile gasta US$ 23 milhões. Então a gente percebe que, proporcionalmente, é uma aberração. Com esse valor, a gente conseguiria construir 40 mil residências populares, milhões de famílias seriam beneficiadas pelo novo Auxílio Brasil. É uma total inversão de prioridades”, disse Adriana.

“A gente gosta de dar murro em ponta de faca, mas é uma ação que a gente não pode deixar de fazer, porque é uma imoralidade o que está acontecendo, a gente ver R$ 5 bilhões ser destinado para campanha política. Essa manifestação é, inclusive, para conscientizar a população, que muitos não têm ideia que esse dinheiro é retirado de saúde, de segurança, de educação. Isso tem que ficar muito claro. Todo o processo, além da gente considerar isso inconstitucional, a gente tem uma ação no Supremo Tribunal Federal, justamente para mostrar que é inconstitucional, é uma aberração e a população precisa ficar ciente, até para ver quem escolhe nas próxima eleições”, disse a deputada.

Ela ainda posicionou o partido Novo ideologicamente diante da questão, afirmando ser contra o financiamento público. “O Novo é contra o financiamento público de campanha. Nós somos a favor do financiamento privado. A gente acha que o dinheiro público tem que ser usado para o que é prioritário. Mas essa ação, especificamente, a gente está indo contra o aumento abusivo e absurdo [do fundo]. Ainda mais que o Executivo mandou no projeto de lei de diretrizes orçamentárias um montante de R$ 2 bilhões, que foi o valor aprovado e corrigido. E, na LDO, simplesmente mudaram e passaram para quase R$ 6 bilhões. Então, esta manifestação é contra essa ação. Mas o Novo não vai usar, nem governador, nem candidato, nem fundo partidário e nem fundo eleitoral. Isso é um compromisso que a gente assume quando entra [no partido]”, explicou.

Adriana Ventura ainda comentou sobre os filiados e candidatos do partido. Segundo ela, João Amoedo, que foi candidato à presidência da República pela legenda em 2018, não exerce mais grande influência interna nas decisões da sigla como anteriormente. Outro ponto sobre a legenda destacado pela deputada foi o fato de que ela não deverá formar uma federação partidária com outras siglas, mesmo correndo o risco de deixar de existir, por sua pequena expressividade nacional.


Fonte: Jovem Pan

Comentários