O genro do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e também seu principal assessor na Casa Branca, Jared Kushner, respondeu nesta quinta-feira, 31, às preguntas da comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio ocorrido no ano passado. Kushner, o conselheiro de mais alta categoria de Trump e primeiro integrante da família a testemunhar até agora, compareceu de maneira voluntária e privada, por videoconferência. A comissão da Câmara dos Representantes está reconstruindo um relato detalhado dos acontecimentos do ataque ocorrido em 6 de janeiro, mas também do complô feito pelos aliados de Trump para tentar anular as eleições presidenciais de 2020 e da campanha de desinformação que afirmava falsamente que houve fraude generalizada, o que levou ao episódio de violência.
Kushner estava retornando da Arábia Saudita no dia 6 de janeiro de 2021 e não passou a noite na Casa Branca ao chegar aos Estados Unidos. Após o comparecimento de Kushner, a integrante da comissão, Elaine Luria, disse à emissora MSNBC que ele “foi capaz de nos proporcionar informação voluntariamente, para verificar e fundamentar sua própria opinião” sobre a eleição. O testemunho de Kushner encerra um intenso período de revelações quase diárias da investigação. Na semana passada, veio à tona que a ativista política conservadora Gini Thomas, esposa do juiz da Suprema Corte Clarence Thomas, enviou mais de vinte textos promovendo teorias conspiratórias descabidas e exigindo que o então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, ajudasse a anular as eleições de 2020. O nome de Kushner aparece em uma mensagem de Gini Thomas, datada de 13 de novembro de 2020, na qual ela diz a Meadows: “Acabo de reenviar para você um e-mail que enviei a Jared esta manhã… uma melhor coordenação agora ajudará para que venha a cavalaria e a Fraude seja exposta e os Estados Unidos se salvem”. A comissão está perto de encerrar a fase final de investigações e está planejando audiências públicas no segundo semestre.
*Com informações da AFP