O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, criticou fortemente nesta sexta-feira, 11, o envio à Venezuela de uma delegação dos Estados Unidos e acusou o governo de Joe Biden de “usar o aumento dos preços da energia como pretexto para legitimar” o regime do país sul-americano. Em um evento em uma igreja em Doral, cidade próxima a Miami, DeSantis lamentou a visita à Venezuela de uma delegação de funcionários do governo americano no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia e da crise energética desencadeada pela guerra. “Este regime de Maduro não é um regime que se legitima. Não é um regime que se apoia (…) Se você diz que não quer lidar com (o presidente russo, Vladimir) Putin porque ele é um ditador, então não dê meia volta e vá para (o presidente venezuelano, Nicolás) Maduro”, disse DeSantis. Em sua conta no Facebook, o governador escreveu sobre uma foto do encontro realizado esta tarde em Doral que os Estados Unidos “têm enormes reservas de energia e devemos ampliar a produção”, “não trocar o petróleo de um ditador pelo petróleo de outro”.
Um grupo de congressistas republicanos da Flórida, alguns em plena campanha de reeleição, exigiu nesta quinta-feira que o governo dos EUA não abrandasse a política em relação à “ditadura” de Nicolás Maduro negociando ou suspendendo as sanções e também pediu mais informações sobre diversos aspectos levantados por seus eleitores. Também participou do encontro José Antonio Colina, presidente da Organização dos Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio (Veppex), que recentemente disse à Agência Efe que “negociar com Nicolás Maduro é uma traição e um desrespeito aos venezuelanos”. “Temos presos políticos, temos seis milhões de deslocados, temos milhares de mortos e assassinados pela tirania”, acrescentou.
Por sua vez, em uma carta endereçada a Biden e aos secretários de Estado e Energia, Anthony Blinken e Jennifer Granholm, respectivamente, o deputado Carlos Giménez destacou que “ao negociar com a ditadura de Maduro, o governo está minando a política externa em relação à Venezuela e negligenciando o compromisso dos EUA com a comunidade de exilados venezuelanos”. A carta de Gimenéz deve-se, assim como os comentários de DeSantis, à recente visita a Caracas de uma delegação de funcionários de alto escalão dos EUA, chefiada pelo assessor presidencial Juan González, para se reunir com representantes do governo venezuelano, seguida da libertação de dois americanos presos na Venezuela.
*Com informações da EFE