O governador de Nova York, democrata Andrew Cuomo, afirmou nesta terça-feira, 10, que vai renunciar ao cargo em meio a um escândalo de assédio sexual cometido contra funcionárias do próprio gabinete e outras mulheres ao longo de anos. Ele deve ser substituído pela vice-governadora do país, Kathy Hochul, em um processo de transição que durará duas semanas. A decisão foi anunciada exatamente uma semana após uma investigação liderada pela procuradora-geral do estado apontar que ele assediou sexualmente onze mulheres, incluindo funcionárias do governo, em um processo que ouviu 179 pessoas ao longo de cinco meses. “Especificamente, a investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente funcionárias atuais e antigas do Estado de Nova York com toques sem consentimento e vários comentários ofensivos de cunho sexual”, afirmou Letitia James, titular do órgão que reconheceu os assédios.
Em pronunciamento aos moradores do estado publicado nas redes sociais, Cuomo afirmou que “há diferença entre conduta inapropriada e assédio sexual”, mas reconheceu que agiu de forma errada com as funcionárias e pediu desculpas a elas afirmando que achava que teria sido “amigável” e “legal” em ocasiões. Ele não aceitou, porém, o posicionamento da procuradoria do estado sobre os assédios. “Meus advogados analisaram os relatórios da procuradoria por dias e já apontaram uma série de problemas e falhas neles que deveriam preocupar todos os nova-iorquinos”, afirmou. Essa pode ser uma manobra do democrata para evitar a abertura de um processo de impeachment contra ele. “Tomo total responsabilidade pelas minhas ações, meu senso de humor pode ser insensível. Eu realmente abraço e beijo pessoas casualmente, homens e mulheres, eu fiz isso ao longo da minha vida, é quem eu sempre fui desde que me entendo por gente. Na minha mente, eu nunca tinha ‘passado da linha’ com ninguém”, declarou.
Fonte: Jovem Pan