Um mês após ser demitido do Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo fez uma série de tuítes, neste sábado, 1º, criticando o governo do presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro afirmou que a gestão não tem “alma nem ideal” e que a proposta “de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar”, em alusão à aproximação do Palácio do Planalto com os partidos do chamado Centrão. Araújo foi demitido após uma intensa pressão do Congresso, na esteira do debate sobre a aquisição de mais vacinas contra a Covid-19 e a relação diplomática do Brasil com a Europa, China e Índia, por exemplo. Ele foi substituído pelo embaixador Carlos Alberto Franco França.
“Ao eleger o presidente Bolsonaro, em 2018, o povo brasileiro ganhou a chance de transformar o Brasil, de uma cleptocracia numa verdadeira democracia. Chegamos a avançar. Mas, a partir de meados de 2020, a reação do sistema, cavalgando a pandemia, começou a desmantelar essa esperança. Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema. O projeto de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar. Assisti a esse processo com angústia e inconformidade, e fiz o que pude, até onde pude, para preservar a visão original. Nisso estive quase sozinho. Vi confiscarem ao Presidente seu sonho, anularem suas convicções, abafarem sua chama”, diz em uma sequência de três publicações.
Fonte: Jovem Pan