O governo da Rússia recomendou nesta sexta, 4, a fábricas de fertilizantes que suspendam a exportação dos produtos. O Ministério da Indústria e Comércio do país fez a sugestão por causa de problemas logísticos causados pela guerra com a Ucrânia, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias russas Interfax. “Tendo em vista a situação atual com o trabalho dos operadores logísticos estrangeiros e os riscos associados, o Ministério da Indústria e Comércio da Rússia foi obrigado a recomendar aos produtores russos a suspensão temporária do embarque de fertilizantes russos para exportação até que os transportes sejam retomados”, diz a nota.
O Brasil acompanha a situação com interesse, já que os fertilizantes são insumos essenciais para o agronegócio e a Rússia é um dos principais fornecedores – em 2021, cerca de 23% de todas as importações de produtos do tipo usados no Brasil vieram da Rússia. Em relação ao potássio, um dos fertilizantes, 93% do que é usado no Brasil vem dos russos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) citou a questão como uma das razões para que o país mantenha a neutralidade no posicionamento sobre o conflito. De acordo com a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, o Brasil tem fertilizantes suficientes até outubro e o país pretende buscar outros fornecedores, como o Canadá, para garantir a produtividade da safra. Ainda assim, caso a situação persista, é provável que os itens fiquem mais caros e pressionem os custos dos produtores, o que deve gerar um reflexo na inflação ao consumidor final.