A Jovem Pan teve acesso com exclusividade ao levantamento do sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios de São Paulo. São 420 hospitais privados e santas casas de todo país que estão cadastrados em uma lista de intenção de compras para a importação de medicamentos do chamado “kit intubação“. Os hospitais privados não forneceram a lista. Já a Confederação das Santas Casas, sim: há 405 unidades inscritas. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, por exemplo, entre os itens, solicita 36 mil ampolas de Propofol 10 miligramas, medicamento usado para anestesia geral. O vice-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Flaviano Ventorin, relata que o momento é critico. “São muitos hospitais no país que tem pouco estoque. Só estoque para três ou quatro dias. O cálculo do estoque é assim: eu tenho 10 pacientes hoje e estoque para 30 dias. Se eu tenho 20 pacientes amanhã, o estoque é de 15 dias”, explica.
A intenção é que a compra seja coletiva para conseguir melhores preços. O pedido já está com duas tradings internacionais – empresas que atuam como intermediarias. Os produtos estão sendo solicitados em diversas industrias farmacêuticas americanas e asiáticas. Os hospitais brasileiros ainda esperam as respostas, mas para concretizar o negócio também dependem de medidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para autorizar a importação. Durante uma audiência realizada esta semana na Comissão de Enfrentamento a Pandemia da Câmara dos Deputados, o diretor da Anvisa, Alex Campos, prometeu, novas medidas de flexibilização para importação de medicamentos controlados. Até agora nenhuma ação foi divulgada.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
Fonte: Jovem Pan