Nos últimos meses, as discussões sobre uma possível mudança no sistema eleitoral têm ganhado força no país. Como maior representante do Executivo, diversas vezes o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu publicamente a adoção do voto impresso para as eleições de 2022. No Legislativo, os entusiastas da mudança trabalham para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019 na Câmara dos Deputados, já que esta prevê a obrigatoriedade da impressão de cédulas em papel nas próximas disputas eleitorais. Por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que está sob o Judiciário, é contrário ao voto impresso e reafirma a segurança das urnas eletrônicas usadas no Brasil.
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 31, o procurador do Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez, defendeu a revisão do atual modelo eleitoral com a justificativa de que é frágil a segurança das urnas eletrônicas. Apesar de sua opinião, não há provas concretas que apontem vulnerabilidades do atual modelo eleitoral. “Temos indícios de que as urnas eletrônicas são seguras, mas não temos evidências. Isso porque o registro do voto acontece de forma oculta, sem que o eleitor saiba se sua decisão foi contabilizada de forma certa ou errada. Conheço documentos, não publicados, que demonstram estatisticamente que os resultados das urnas não são confiáveis”, afirmou.
Mesmo dizendo que possui acesso a dados que apontariam para supostas fraudes eleitorais, Gimenez analisou que é impossível provar a ocorrência destes supostos desvios. “As fraudes não serão provadas ou encontradas por ninguém porque a contagem dos votos é feita secretamente, dentro das máquinas. Queremos o voto impresso porque vivemos em uma democracia, o povo precisa acompanhar o registro de seus votos para ter confiança nos resultados. As pessoas perderam a percepção de que o voto é uma deliberação de todos, na qual as escolhas possuem um beneficiário – o político, e um único destinatário – o povo”, concluiu. Para o procurador, antes de ser aprovada, a PEC 135/2019 deve ser corrigida para garantir também a contagem pública dos votos.
Confira a entrevista com o procurador Felipe Gimenez:
Fonte: Jovem Pan