Nesta sexta-feira, 4, o programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu o internacionalista Carlos Poggio. Professor de Relações Internacionais, ele falou sobre os riscos de uma possível explosão nuclear na Ucrânia após a tomada da usina de Zaporizhzhia pela Rússia. “Esta usina é maior que Chernobyl. Uma explosão dessa usina faria o que aconteceu em Chernobyl parecer brincadeira de criança. No entanto, as pessoas especialistas em engenharia dizem que para uma usina mais moderna explodir é um pouco mais difícil”, disse. “Um ataque nuclear seria diferente, os efeitos do ataque vão muito além do ataque em si. Alguns especialistas dizem que ficaria uma nuvem de poeira que seria coisa de anos, demoraria 10 anos para voltar ao normal. Fora os efeitos de radiação, uma coisa realmente trágica.”
Para Poggio, o conflito entre Rússia e Ucrânia se traduz em um tema clássico das Relações Internacionais, mas que se desfez após grandes guerras do século 20. “Putin talvez não tenha controle completo de suas forças armadas. O próprio Putin foi convencido de que essa guerra seria rápida, de que ele seria recebido na Ucrânia como um libertador e isso não aconteceu. Nós estamos de volta a um tema clássico das Relações Internacionais, que é o jogo das grandes potências”, afirmou. “Com o crescimento da China e a Rússia se reafirmando, estamos vendo um pensamento de esfera de influências. O Putin não reconhece o direito da Ucrânia de existir como um estado independente e soberano. Pelas ações dele, a gente entende que não tem a ver com a Otan, se fosse, por que ele invadiria o país com um custo enorme?”, questionou.
O internacionalista também explicou as motivações para o investimento de países em armamentos nucleares. Segundo ele, a iniciativa se trata de uma estratégia para prevenir invasões e conflitos. “A gente nunca teve uma guerra entre grandes potências desde que foi inventada a bomba nuclear. Isso é o que a gente chama de dissuasão. Arma nuclear ninguém tem para usar e jogar no outro, tem para se proteger. A ideia é de que um país com arma nuclear não é invadido porque os custos da invasão são muito altos”, concluiu.