A relação historicamente conturbada entre os Estados Unidos e o Irã ficou ainda pior durante o governo de Donald Trump. Um ano depois de assumir a Casa Branca, o republicano retirou os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, acusando-o de ser “o maior patrocinador mundial do terrorismo”. Firmado em 2015 pelo ex-presidente Barack Obama após 20 meses de negociação, o tratado estabelecia que o governo norte-americano não faria sanções econômicas caso a República Islâmica concordasse em ter o seu programa nuclear limitado e monitorado. Com o rompimento de Trump, os Estados Unidos voltaram a tomar ações que restringiam as relações comerciais do Irã, deixando-o inclusive com acesso limitado a alguns medicamentos. O que estava ruim ficou ainda pior com o assassinato, em 3 de janeiro de 2020, do importante general iraniano Qassem Soleimani, cuja morte foi encomendada pela Casa Branca. A resposta do Irã foi começar a enriquecer urânio acima dos limites que haviam sido estabelecidos pelo acordo nuclear.
O país do Oriente Médio confirmou o enriquecimento de urânio com 20% de pureza nesta terça-feira, 5. A data coincide não só com a proximidade do aniversário de um ano da morte de Soleimani como também do fim do governo de Donald Trump, que deve ser oficialmente substituído pelo democrata Joe Biden no próximo dia 20. Nesse contexto, a diplomacia da República Islâmica está sendo baseada em uma mistura de ameaça com abertura para negociações. A Guarda Revolucionária do Irã advertiu nesta quarta-feira, 6, que as autoridades norte-americanas que ordenaram o assassinato do general não terão tranquilidade “nem dentro das suas casas”. Segundo o sucessor de Soleimani, Esmail Qaani, isso inclui desde Trump até o secretário de Estado, Mike Pompeo. “Devido ao crime que cometeram, desta vez não sairão sob a pressão à qual estão sujeitos, e os seguidores da escola Qasem Soleimani vão, primeiramente, quebrar os ossos dos americanos para depois expulsá-los da região”, ameaçou.
Fonte: Jovem Pan