O jornalista brasileiro Fernando Hessel, 45, especializado na cobertura política dos Estados Unidos, recebeu do Gabinete de Imprensa da Casa Branca o famoso “hard pass”, uma credencial que dá acesso livre à sede do governo americano em Washington e só é concedida após apreciação dos currículos de quem a solicita. Hessel já trabalhou na CNN americana, foi diretor do SBT e da Band e trabalha exclusivamente na cobertura da Casa Branca desde 2017. Ele afirma que sua missão, a partir de agora, é a de ser um observador político independente do governo dos EUA. “Eu recebi este sinal verde para dar um olhar totalmente diferente para a cobertura jornalística brasileira. Aqui, eu tenho uma liberdade dificilmente encontrada em nosso setor, e que é executada por colegas que fazem o dia a dia para importantes emissoras. Ser independente talvez seja o sonho de qualquer profissional da área. No momento em que eu me sentir preso ou refém por alguma coisa, jogo tudo para cima e começo tudo de novo. Não tenho medo, por isso eu não faço barganha com a minha credibilidade”, explica Hessel.
O credenciamento de novos correspondentes estava suspenso desde a administração do ex-presidente Donald Trump. Hessel conseguiu seu “hard pass” dois meses após a solicitação. Contudo, todo o processo durou mais de seis meses. Com o passe livre em mãos, o jornalista dirigirá suas atenções para a crise no Afeganistão e a iminente aprovação do orçamento bipartidário no Congresso americano, que deve beneficiar brasileiros que vivem ilegalmente nos Estados Unidos. Além de monitorar toda esta movimentação política, o comunicador também acompanhará alguns descolamentos do presidente democrata Joe Biden pelo país. “A minha luta sempre foi valorizar o trabalho profissional no jornalismo. Hoje, temos infelizmente muitos aventureiros que não entendem a importância e a complexidade de fazer comunicação. Estar na Casa Branca prova que a nossa carreira é importante e demonstra o interesse americano de abrir espaço ao Brasil nesta liberdade de informação. Quero ser este elo do Brasil com o mercado internacional.”
Fonte: Jovem Pan