Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz os tributos incidentes sobre os combustíveis, o gás e a energia elétrica, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) não poupa críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Em entrevista à Jovem Pan, o parlamentar rebateu a pecha de “kamikaze” atribuída pela equipe econômica à proposta, que conta com o apoio de senadores governistas e de oposição, e afirmou que “não tem diálogo” com o titular da pasta. “Não tem nada de kamikaze na nossa proposta. Kamikaze é largar o povo na política ortodoxa do Guedes, que não apresenta uma alternativa, uma política pública, enquanto a gasolina está oito reais e o povo faz fila para comprar osso”, disse à reportagem. “Ele tratou de forma pejorativa a proposta. Ele gosta de política que enche o bolso de banqueiro. No momento de crise, kamikaze é a política pública dele, que não olha para o social, que não se preocupa com os brasileiros. Não tem diálogo com o Paulo Guedes”, segue o senador.
Nesta segunda-feira, 7, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) subscreveu a PEC de Carlos Fávaro, em um gesto que foi lido por integrantes do Senado como um endosso do Palácio do Planalto ao projeto. Antes do filho Zero Um do presidente da República, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e outros parlamentares governistas, como Marcos Rogério (PL-RO), Chico Rodrigues (DEM-RR), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Carlos Viana (MDB-MG), já haviam assinado a proposta, que precisa do apoio de 27 senadores para começar a tramitar – pelo menos 31 já assinaram. “O gesto do senador Flávio é importante. Mostra que, apesar do Ministério da Economia ter tratado de forma pejorativa, é uma proposta que o mercado já assimilou – o dólar chegou a abaixar, diferente do que Guedes dizia. Na sexta, as ações da Petrobras subiram. Nós apontamos a fonte de recursos para a proposta, demos liberdade para que governadores, prefeitos e a União abaixem a carga tributária. O conjunto está apontado. O Congresso busca soluções para a crise e esse gesto mostra que o governo está sensibilizado”, avalia Fávaro.
Fonte: Jovem Pan