Lapso de memória, fadiga e insônia: Sequelas mudam a vida de recuperados da Covid-19

O estudo da Unicamp fará um acompanhamento por cinco anos dos pacientes para entender se esses danos causados pela doença são momentâneos ou permanentes

Fadiga, perda de olfato e paladar, dores de cabeça, problemas para dormir. Os sintomas da Covid-19 já são conhecidos pela maioria das pessoas, mas o que muita gente não sabe é que eles podem piorar ou aparecer apenas tempos depois do fim da doença. Foi o que aconteceu com a infectologista Simone Sena, que contraiu o vírus no fim de maio, quando estava trabalhando em um hospital de campanha. Depois de ter cumprido a quarentena em casa, com poucos sintomas, é que os problemas começaram a aparecer. No primeiro dia sem isolamento, Simone teve um lapso de memória e esqueceu praticamente tudo que havia feito; ela também passou a sofrer de insônia.  As dores no corpo foram aumentando até chegar às pernas; a visão também começou ao ficar alterada: em poucos dias, a médica já não andava e nem enxergava direito. “Eu fiquei internada por quatro dias, fiquei internada para investigação para descartar trombose e para iniciar o tratamento dessas sequelas que eu adquiri”, conta.

Demorou 45 dias para que Simone conseguisse retomar alguma atividade. Mesmo assim, ela ainda tem algumas limitações. “Eu tive que me adaptar a essa nova realidade. Eu consegui voltar a trabalhar depois de 45 dias, que eu consegui realmente andar, porque era uma dificuldade de levantar a mão, amarrar a máscara. Se é um corredor muito extenso, que tenho que ir e voltar várias vezes eu ainda não consigo. Ainda tenho dor, fraqueza, ainda faço fisioterapia duas vezes na semana. A visão depois de 90 dias eu recuperei completamente. Na questão de refração, para longe eu ganhei 2,5 graus e para perto eu ganhei 3 graus.”


Fonte: Jovem Pan

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