A França aprovou nesta quarta-feira, 23, a extensão dos prazos de aborto para 14 semanas. A alteração aconteceu por causa da falta de profissionais e o encerramento dos centros de aborto. O anúncio vem 46 dias antes das eleições presidenciais e teve certa relutância do presidente Emmanuel Macron, mas um forte apoio do partido. Segundo o jornal Le Figaro, em 2021, enquanto discursava para o Papa, presidente francês garantiu que um prazo mais longo afetaria o trauma de uma mulher, mas que respeitava a liberdade dos parlamentares. Antes da mudança, o tempo máximo para execução do abroto era de 12 semanas.
A nova lei visa impedir que milhares de mulheres tenham que interromper a gravidez em países vizinhos, como Espanha e Reino Unido, onde o prazo é mais longo. De acordo com a deputada socialista Marie-Noëlle Battistel, 2.000 mulheres são forçadas a viajar para o exterior para fazer um aborto a cada ano. Por meio da sua conta no twitter, o ministro da Saúde, Olivier Véran, comemorou a conquista. “Em um momento em que vários países questionam esse direito fundamental das mulheres, estou orgulhoso de que a França o reafirme e amplie”, escreveu na publicação.
Les parlementaires adoptent définitivement l’allongement du délai légal pour l’IVG de 12 à 14 semaines.
À l’heure où plusieurs pays remettent en question ce droit fondamental des femmes, je suis fier que la France le réaffirme et l’élargisse.— Olivier Véran (@olivierveran) February 23, 2022