Juntos, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram uma nota neste sábado, 5, em defesa da Argentina contra a proposta de redução de tarifas para importação por parte do Mercosul. A informação foi confirmada pela assessoria de Lula à Jovem Pan. Para dinamizar as operações econômicas brasileiras, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) em pelo menos 20%. Todos os países que compõem o Mercosul cobram esta taxa nas importações realizadas pelas nações que não fazem parte do bloco. Atualmente, integram o Mercosul como membros plenos o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. Também estão associados ao bloco o Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname.
“Concordarmos com a posição do presidente da Argentina, Alberto Fernández, de que este não é o momento para reduções tarifárias unilaterais por parte do Mercosul, sem nenhum benefício em favor das exportações do bloco. Concordamos também que é necessário manter a integridade do bloco, para que todos os seus membros desenvolvam plenamente suas capacidades industriais e tecnológicas e participem de modo dinâmico e criativo na economia mundial contemporânea”, registra a nota assinada por Lula e FHC.
Durante uma reunião de ministros dos países que integram o Mercosul, realizada em abril, Guedes e o representante da Economia da Argentina, Martín Guzmán, se desentenderam sobre o assunto. O governo argentino é contrário à diminuição da tarifa e, por isso, chegou a apresentar uma alternativa mais complexa para convencer o governo brasileiro de desistir da proposta. No entanto, o Brasil não concordou em abrir mão da redução e terminou o encontro sem acordo. Na época, Guedes se pronunciou sobre o debate afirmando que a diminuição da tarifa de importação é importante. “Essa redução não machuca ninguém. Isso é só para manter todo mundo aquecido”, analisou o titular da pasta.
Fonte: Jovem Pan