O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta quarta-feira, 09, que a meta de produção de petróleo para este ano é de dois milhões de barris por dia, o que significaria um aumento de 164,9% em relação ao bombeamento do início do ano, de 755 mil barris, de acordo com relatórios das autoridades venezuelanas à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). “Este ano vamos para dois milhões de barris por dia, faça chuva ou faça sol. Este ano vamos recuperar a produção de petróleo de mãos dadas com a classe trabalhadora”, disse o presidente durante um encontro com representantes e trabalhadores de setores produtivos transmitido pela emissora estatal “VTV”. A promessa de ultrapassar o patamar dos dois milhões de barris já tinha sido anunciada no dia 15 de janeiro durante a apresentação de sua prestação de contas à Assembleia Nacional (AN, parlamento), de maioria chavista. “Em relação à produção de petróleo, a partir de dezembro alcançamos um marco importante ao atingirmos a produção de um milhão de barris por dia única e exclusivamente com investimento nacional, e com a participação dos petroleiros. Este ano temos a meta de atingir dois milhões de barris por dia”, disse Maduro na ocasião.
Maduro confirma sua intenção de aumentar o bombeamento de petróleo bruto em meio a uma crise energética gerada pela invasão da Rússia, segundo maior produtor de petróleo do mundo, na Ucrânia, e após uma inesperada reunião entre os governos da Venezuela e dos Estados Unidos, que detalhou que, entre os “diferentes temas” abordados, também se discutiu “segurança energética”. Vários economistas e especialistas em petróleo desconfiam que a produção de petróleo venezuelano possa chegar a dois milhões de barris por dia e ressaltam que o país caribenho não teria capacidade para cobrir o déficit deixado pela Rússia no fornecimento de petróleo bruto após as sanções do governo de Joe Biden, mesmo em um cenário em que os EUA relaxassem as medidas contra a estatal venezuelana PDVSA.
“Não sei de onde a Venezuela vai buscar petróleo e derivados para aumentar sua produção e, assim, poder vender petróleo bruto e produtos para os EUA. A Venezuela não está em condições de substituir a Rússia para fornecer petróleo ao mercado americano, especialmente porque 70% desse petróleo são produtos. O parque de refino está funcionando apenas a 10%”, detalhou o economista Rafael Quiroz no Twitter. Por outro lado, Maduro também prometeu, nesta quarta-feira, que em 2022 aumentará a produção de derivados de petróleo, petroquímicos e gás. “Este ano de 2022 tem que ser o ano da inflexão, entre o antes e o depois, entre o tempo de resistência e o tempo de crescimento acelerado e consolidado, sustentado, o crescimento de toda a economia, desde a microeconomia dos empreendedores à macroeconomia do grande produção de petróleo”, declarou.
*Com informações da EFE