Em um cenário de isolamento social, as interações profissionais foram direcionadas para o ambiente virtual. O LinkedIn, por exemplo, registrou aumento de 55% no volume de conversas entre usuários no intervalo de um ano. No entanto, essa elevação também reflete nos casos de assédio, que também cresceram. A analista financeira Juliana Fortunato, que tem atuado como consultora de recolocação profissional, decidiu há cerca de três anos compartilhar experiências profissionais pela plataforma. Com o conteúdo, ela conta conseguiu ajudar trabalhadores desempregados ou que desejavam mudar de emprego. No entanto, com o aumento de mensagens positivas, também cresceram as abordagens de assediadores. “As pessoas sabem como que funciona, então elas são sutis na abordagem. ‘Oi linda, te achei linda. Seu perfil, você é bonita’. No elogio, mas que sabemos que é com segundas intenções. Se a pessoa não consegue contato no inbox do aplicativo, vem direto a mensagem no meu celular. Até nudes já cheguei a receber”, afirma.
É tipificado como assédio virtual quando um usuário faz comentários sexuais, pejorativos, quando ocorre perseguição, discurso de ódio ou a divulgação de dados e informações pessoais. Juliana Fortunato relata que costuma bloquear os assediadores, mas admite que fica incomodada com as abordagens. “Cheguei a olhar a foto do meu perfil para ver se a foto estava induzindo alguma coisa. Será que eu pequei na foto?”, questiona. Quase 70% dos entrevistados em um levantamento do LinkedIn disseram que preferem a plataforma para objetivos profissionais. Por isso, os usuários afirmaram que se sentem menos suscetíveis ao assédio do que em outras redes sociais. Ainda assim, mais de 13% das mulheres ouvidas relataram casos do crime na plataforma. De maneira geral, 30% dos brasileiros já sofreram algum tipo de assédio virtual no trabalho, de acordo com um levantamento da AVG, fabricante de softwares de segurança.
Fonte: Jovem Pan