O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), responsabilizou o governo do presidente Jair Bolsonaro pelo colapso da rede hospitalar do Amazonas. Nesta quinta-feira, 14, Manaus, a capital do estado, enfrentou o esgotamento do oxigênio em diversas unidades de atendimento, entre elas o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). Como a Jovem Pan mostrou, diante da escassez, médicos tiveram que realizar a oxigenação manual dos pacientes. “Manaus é resultado da política caótica da saúde pública do governo federal”, disse Doria. “Não é razoável imaginar que uma situação de caos como vive a capital manauara seja debitada na conta de um prefeito ou de um governador. Temos um governo federal para quê? Temos um Ministério da Saúde para quê? Para acusar prefeitos e governadores ou para agir em defesa e proteção da saúde e da vida de todos os brasileiros em qualquer parte do país?”, acrescentou o governador.
Doria também chamou o presidente de “facínora” e afirmou que “o governo Bolsonaro gosta do cheiro da morte, não de celebrar a vida, pois se quisesse celebrar a vida, já teria contribuído com o estado do Amazonas”. Sem usar a palavra impeachment, ele pediu que deputados, senadores e demais políticos tomem medidas no sentido de frear seu rival político. “Reaja Brasil. Reaja, Congresso Nacional. Reajam, governadores, reajam, prefeitos, reajam, dirigentes sindicais, reajam, formadores de opinião. Ampliem a reação da imprensa, um dos poucos segmentos do país que têm se mantido a contrapor-se ao facínora que governa o país”, esbravejou o tucano.
Além de criticar o governo federal, o governador de São Paulo disse que vai enviar 40 respiradores produzidos pela Universidade de São Paulo para o Amazonas. O primeiro lote de respiradores parte ainda nesta sexta-feira; o último chega até terça-feira, 19. A Latam se disponibilizou para encaminhar e transportar os respiradores imediatamente. Doria também anunciou a disponibilização de leitos públicos e o gerenciamento de leitos privados para os pacientes que precisarem ser transportados de Manaus.
Além disso, o governo paulista ofereceu atendimento para 60 bebês prematuros que podem ficar sem oxigênio no Estado da região norte do Brasil. “Já fizemos contato com o secretário de Saúde do Amazonas e ele está fazendo um levantamento de quantos bebês e gestantes ainda precisam na nossa assistência”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchtyen. Na tarde desta sexta-feira, 15, porém, o Ministério da Saúde divulgou uma nota, segundo a qual a pasta conseguiu cilindros de oxigênio para manter os recém-nascidos por mais 48h nos leitos de UTI em Manaus.
Fonte: Jovem Pan