O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta participou, na última sexta-feira, 16, de uma live com outros profissionais da saúde. Na data, ele completou exatamente um ano da saída da pasta. Mandetta disse que o país perdeu o timing da vacina e a pandemia se estabilizou no platô alto. Apesar dos casos diminuírem, a mortalidade será alta porque, segundo ele, a qualidade do cuidado caiu. “Então, nós vamos conviver com menos casos e mortes mais elevadas por um tempo e os números são todos muito ruins. Os prognósticos também. A perspectiva de vacina que eles assinaram, nós não sabemos quando vão chegar, talvez no segundo semestre. Nós estamos vacinando no limite do que pode produzir, principalmente Butantan e Fiocruz, mas devemos ter Johnson, da Pfizer. Devemos ter vacinas, sim, até o final do ano, outubro ou novembro. Devemos estar com a situação melhor controlada.”
Mandetta disse ainda que a outras doenças e sequelas irreversíveis foram causadas pela Covid-19 e, mesmo que o pais esteja enfrentando essa realidade, ela vai piorar nos próximos anos. “Esse ano, se manter isso, a gente deve começar a colher câncer de mama, assim como análises cardiológicas e próstata. Não fizemos um número enorme de cirurgias eletivas. Sou ortopedista pediátrico. Devo ter uma fila enorme de criança com luxação congênita aguardando o tempo hospitalar para poder operar.” Luiz Henrique Mandetta deve ser o primeiro ex-ministro do governo Jair Bolsonaro a falar na CPI da Covid-19 determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
*Com informações do repórter Victor Moraes