Conselheiro de oposição do São Paulo, Marco Aurélio Cunha concedeu entrevista exclusiva à Rádio Jovem Pan e condenou alguns pontos da reforma estatuária, que será votada nesta quinta-feira, 16, entre os membros do Conselho Deliberativo. Ao programa “Esporte em Discussão”, o “velho conhecido” da torcida são-paulina afirmou que o clube pode passar por uma “ditadura” em caso de aprovação de algumas propostas. A reforma, vale lembrar, prevê a possibilidade de reeleição do presidente, a prorrogação do mandato dos conselheiros de três para seis anos e a redução no número de vitalícios. Além disso, através das redes sociais, opositores e torcedores mostraram preocupação com a diminuição nas tarefas do Conselho Fiscal.
“A questão da reeleição do presidente é o menor dos problemas. Agora, prorrogação do mandato dos conselheiros é um problema. Os conselheiros estão assinando a própria prorrogação dos seus mandatos. Eles estão tirando o direito dos outros sócios se candidatarem na próxima eleição. São algumas coisas que perpetuam o poder. Outra coisa que propuseram é de que, nas próximas eleições, seja reduzido o número de conselheiros vitalícios de 160 para 120, mas se mantém a regra de, para montar uma chapa opositora, há a necessidade de 55 nomes inscritos. Ou seja, para ser oposição, preciso da autorização de 55 vitalícios, que caíram para 120. O poder perpetua, sem permitir uma chapa de oposição. Então, a partir de agora, será apenas chapa única, uma ditadura. Não haverá mais oposição no São Paulo, caso essa reforma estatutária seja aprovada. Essa proposta não pode passar! Se passar, vamos deixar de ser um clube pouco democrático para um clube de alguns donos”, argumentou Marco Aurélio Cunha.
Já Leandro Alvarenga, conselheiro da situação, defendeu a reforma – caso seja aprovada por mais da metade dos conselheiros, o presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres de Abreu, precisará convocar a Assembleia Geral Extraordinária em trinta dias. Passando pela assembleia, a reforma entraria em vigor em janeiro de 2024. “O estatuto precisa ser revisto. Esta não será a primeira e nem a última reforma no São Paulo. É importante ter em mente que a oposição tem membros suficientes para fazer uma proposição de reforma. Se não concordar com algum ponto, pode apresentar uma preposição. Por quê eles não fizeram até agora? Muita gente está dizendo que é golpe, mas eles esquecem de duas coisas: esse grupo foi eleito por 75% dos associados. Por que não trabalhamos juntos para o São Paulo? Porque é mais fácil continuar em eleição. Segunda coisa: os associados vão aprovar a reforma. Os associados são golpistas? Porque é o Conselho Deliberativo quem vai aconselhar, mas a decisão é o próprio sócio”, disse Leandro.
Fonte: Jovem Pan