Marco Polo Del Nero, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), recebeu uma boa notícia na manhã desta quinta-feira, 2. O ex-dirigente da entidade que rege o futebol nacional teve sua pena reduzida pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, em inglês). Em troca do banimento definitivo dos bastidores da bola, o antigo mandatário terá uma suspensão de 20 anos. Assim, Del Nero poderá reassumir funções no futebol em 2028, quando teria 97 anos de idade. Banido em 2018, ele foi enquadrado em cinco artigos do Código de Ética da Fifa: 21º (suborno e corrupção), 20º (oferecer ou aceitar presentes ou outros benefícios), 19º (conflitos de interesse), 15º (lealdade) e 13º (regras gerais de conduta).
A mudança na pena acontece após Del Nero recorrer à CAS, que reafirmou a decisão inicial da Fifa, “quanto às conclusões sobre o mérito” da questão, mas decidiu rever a punição aplicada. O julgamento da CAS, no entanto, é apenas esportivo a não altera situação do brasileiro junto à Justiça dos Estados Unidos, onde foi indiciado por fraude, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa. Na ocasião, em maio de 2015, ele era integrante do então Comitê Executivo da Fifa quando a Justiça americana fez a famosa operação de prisão de dirigentes do futebol num hotel de luxo na Suíça por suspeitas de corrupção, entre outras. Del Nero estava no local, mas não chegou a ser detido. Ainda assim, não escapou de ser indiciado pela Justiça dos EUA meses depois. Ele renunciou às suas funções tanto na Fifa quanto na Conmebol. E passou a evitar deixar o Brasil por causa do risco de ser preso, como aconteceu com outros dirigentes.
Promotores americanos alegam que ele recebeu milhões de dólares em propinas em acordos comerciais assinados para as transmissões da Copa América, da Copa Libertadores e da Copa do Brasil. O caso segue em investigação. Na Fifa, ele foi punido com o banimento e uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 5,6 milhões no câmbio atual). Afastado dos holofotes desde que foi banido do futebol, Del Nero voltou ao noticiário nos últimos meses por conta do afastamento do seu sucessor no comando da CBF, Rogério Caboclo. O presidente afastado da entidade enfrenta acusação de assédios moral e sexual por parte de uma funcionária da confederação e atribui o caso a uma conspiração supostamente criada por Del Nero. De acordo com Caboclo, o seu antecessor segue com forte influência na entidade e estaria tramando para tirá-lo do poder. Caboclo havia chegado à presidência da CBF com o apoio de Del Nero, mas acabou rompendo com o seu então amigo e aliado político e disse ter entrado em conflito com ele antes do surgimento das denúncias da funcionária.
Fonte: Jovem Pan