‘Me sinto em uma prisão’, diz residente brasileiro banido de voo no Reino Unido

Passageiro residente no Brasil foi barrado no aeroporto de Manchester

Nascido em Israel e morador de São Paulo desde 2017, o CEO da Ituran, Amit Louzon, foi um dos afetados diretamente pelo bloqueio aéreo entre Brasil e Reino Unido nesta sexta-feira, 15. Tentando sair de Manchester, na Inglaterra, para Frankfurt, na Alemanha, onde pegaria um avião para São Paulo, o empresário foi barrado por não ter passaporte brasileiro. Apesar de uma portaria publicada no dia 23 de dezembro pelo Diário Oficial da União (DOU) proibir a entrada de estrangeiros vindos do Reino Unido no Brasil por causa da Covid-19, um inciso permite a entrada de “imigrante com residência de caráter definitivo, por prazo determinado ou indeterminado”. No portão de embarque da companhia Lufthansa, com passaporte israelense em mãos, Registro Nacional de Estrangeiros, um CPF e comprovações de que mora no país latino há mais de três anos, ele não pôde embarcar.

“Está escrito muito claro que estrangeiros não podem voltar, mas tem algumas exceções, por exemplo, estrangeiros com residência no Brasil”, explica Amit. Sem seguro viagem adicional, hotel ou qualquer tipo de suporte para continuar na Europa, ele se abrigou na casa de parentes e aguarda a resposta da Polícia Federal (PF) sobre a possibilidade de um novo embarque. “Tenho compromissos em São Paulo. Preciso voltar. Agora o Brasil é o meu país, como o país pode bloquear o retorno à residência dele? Essa é uma situação de violação dos direitos humanos. Estou me sentindo como em uma prisão”, afirma. Agora, o CEO corre contra o tempo para reorganizar toda a agenda que estava planejada para a semana. “Perdi os dois voos. Fiz um exame de Covid-19 que deu negativo como todos os regulamentos da Anvisa mandam, Mas por alguma bagunça violaram o meu direito humano da mobilidade”, lamenta.

Amit é CEO da Ituran Brasil

Em resposta, o aeroporto de Manchester afirmou que a responsabilidade direta pelo embarque do passageiro é da Lufthansa e disse que “está seguindo as orientações, medidas e restrições do governo durante a pandemia”. A Lufthansa foi procurada, mas não respondeu à Jovem Pan até o momento. O Ministério das Relações Exteriores e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foram procurados, mas também não se posicionaram sobre a situação do residente brasileiro. Em publicação nas redes sociais no momento em que os voos provenientes do Reino Unido foram banidos, o Itamaraty garantiu que toda assistência é prestada “aos nacionais em situação de vulnerabilidade”.


Fonte: Jovem Pan

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