Médico da Casa Branca diz que EUA não dependem da vacina de Oxford

Os Estados Unidos, que ainda não aprovaram a vacina de Oxford, já tinham destinado milhões de doses ao Canadá e ao México

O principal assessor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, afirmou que existem chances dos Estados Unidos não terem que utilizar as 30 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 que foram compradas da AstraZeneca. Como o imunizante ainda não foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), que aguarda resultados de testes clínicos, os frascos permanecem inutilizados enquanto o governo norte-americano avança com a sua campanha de vacinação. Questionado sobre essa situação, o especialista em doenças infecciosas disse nesta quinta-feira, 1º, que o país possui contatos suficientes com outras farmacêuticas para “atender a necessidade de todos sem recorrer à AstraZeneca”. “Se você olhar para o número de doses que vamos receber, a quantidade que podemos obter da Johnson & Johnson, da Novavax e da Moderna se contratarmos mais, é provável que possamos lidar com qualquer impulso que precisarmos, mas não posso dizer com certeza”, explicou Fauci em entrevista à agência Reuters.

A afirmação foi feita em um momento crítico para a vacina de Oxford. Em março, dezenas de países suspenderam temporariamente o uso do imunizante após problemas de coagulação do sangue serem reportados em pessoas que tinham recebido a injeção há pouco tempo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aconselharam as nações a continuarem utilizando a vacina porque não reconheceram a existência de uma relação direta entre o seu uso e o desenvolvimento de trombose. Muitos países acabaram retomando o uso na sequência, mas recentemente a Alemanha, o Canadá e a Holanda afirmaram que não utilizarão o produto da AstraZeneca em adultos, que parece ser a faixa etária em que o problema é mais recorrente. O imunizante desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford também já passou por algumas revisões no que diz respeito à sua eficácia. No final do ano passado, essa informação foi invalidada depois que descobriu-se que a farmacêutica e a instituição tinham se baseado em resultados de testes em que houve um erro humano nas dosagens. Mais tarde, em março desse ano, a agência de saúde dos Estados Unidos apontou que a AstraZeneca tinha fornecido dados incompletos e, dias depois, a farmacêutica se retificou mostrando novos resultados que indicavam uma eficácia menor.

Com 30 milhões de doses da vacina de Oxford paradas em suas mãos, os Estados Unidos começaram a considerar encaminhar os imunizantes para um dos 70 países que já aprovaram o seu uso. Dessa forma, no dia 18 de março o governo norte-americano anunciou que enviaria 4 milhões de doses para seus vizinhos: 2,5 milhões ao México e 1,5 milhão ao Canadá. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times os Estados Unidos tinham inclusive levantado a possibilidade de enviar os imunizantes ao Brasil, que está vivendo o seu pior momento na pandemia do novo coronavírus. Isso não se concretizou até agora, mas ainda tem chances de acontecer. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, esclareceu que o país ainda pretendem abrir mão de mais três milhões de doses que ainda estão com o destino indefinido.


Fonte: Jovem Pan

Comentários