A demora para a deliberação da sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal continua desagradando parlamentares. O motivo é que desde julho deste ano, quando foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro aguarda pela sabatina. Com isso, senadores avaliam a possibilidade de boicotar votação na Casa se o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre, não agendar a oitiva. Na visão de Alvaro Dias (Podemos), embora possa existir uma resistência pelo nome do ex-ministro, a demora é uma “vergonha” que interfere no trabalho de outras instituições, como o próprio STF. “André Mendonça foi indicado pelo presidente, é prerrogativa exclusiva do presidente. Sei que havia uma pretensão de rejeitar o nome, o que é um direito que possuem os senadores. Mas a gaveta não é lugar para indicação do presidente. Não nos cabe indicar que o indicado renuncie a sua indicação, isso não vai ocorrer. Nem o indicado vai recuar, nem o presidente vai desistir da sua indicação.”
O possível boicote, no entanto, não deve prejudicar a votação da PEC dos Precatórios. Embora seja contrário à proposta encaminhada pelo governo federal e aprovada na Câmara, Alvaro Dias reconhece que há um entendimento entre Rodrigo Pacheco e Arthur Lira para que o texto avance, o que pode acontecer por meio de uma proposta alternativa. “Furar teto e dar calote não é o caminho, temos alternativa para o Auxílio Brasil. Inclusive os valores recebem o nosso apoio, mas temos outras fontes de recursos para bancar o auxílio sem necessidade de furar o teto e dar calote”, afirma, em menção à união de três matérias proposta pelos senadores”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
Fonte: Jovem Pan