O Ministério da Saúde reiterou que surtos pontuais de Covid-19 justificam dose de reforço para a população adulta no Brasil. Na semana passada, a pasta anunciou a redução de intervalo da aplicação da vacina extra, medida seguida pelos estados. Apesar do posicionamento do governo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um ofício questionando os dados que embasaram a decisão. Em audiência na Câmara, a secretária de enfrentamento a Covid-19 do ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, defendeu a estratégia. “Hoje, o que nos preocupa é o seguinte: nós fizemos um levantamento, nós estamos tendo alguns casos pontuais de surtos. A Bolívia está com 34% apenas de sua população imunizada, Colômbia 45%, Paraguai, que é a nossa fronteira, 35%, Guiana Francesa 25%, Venezuela 32%. Nós sabemos que em toda a população faz-se necessária uma dose reforço. Ainda não sabemos se precisaremos reforçar mais e mais”, pontuou. De acordo com Rosana, o ministério terá estoque suficientes para garantir a dose de reforço. A pasta ressaltou que ainda não há evidências que comprovem a necessidade repetir a aplicação depois que a terceira dose alcançar altas porcentagens da população brasileira.
O representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Fernando Avendanho, avalia que o aumento de casos na Europa serve de alerta. “Foi uma decisão muito interessante da gente fazer essa dose de reforço nas pessoas de 18 anos. Vários estudos já demonstram que a gente tem uma diminuição da resposta imunológica com três, quatro, cinco meses, então a gente imagina que, com cinco meses, a gente consiga segurar bastante um novo aumento de casos. Depois da delta, nós não tivemos outra variante de preocupação que surgiu, mas a gente tem outras variantes de interesses aí, a variante lambda, que elas podem tomar proporções as vezes grande ou então até mesmo o surgimento de variantes novas, que não sejam nenhuma dessas”, disse. Avendanho sugere que o Ministério da Saúde só distribua vacinas aos estados dependendo da demanda. Os especialistas consideram fundamentais as campanhas para ampliar a imunização no Brasil.
Fonte: Jovem Pan