Na Câmara, Braga Netto nega pressão por voto impresso e ameaça a senadores

Questionado pelos deputados, o ministro da Defesa não quis dar opinião sobre mudanças no sistema eleitoral

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, garantiu que não há qualquer articulação das Forças Armadas fora da Constituição Federal. A declaração foi feita numa audiência nesta terça-feira, 17, na Câmara dos Deputados. Braga Netto foi questionado sobre a conduta dos militares nas eleições do ano que vem e as declarações do presidente Bolsonaro, sobre agir “fora das quatro linhas da Constituição”. Em resposta, leu um artigo da lei que define as funções das Forças Armadas e rebateu. “As Forças Armadas cumprem o que está previsto na Constituição. O presidente já me assegurou que será cumprido o que está na Constituição e já me assegurou que jogará dentro das quatro linhas do poder. Então, não existe articulação fora do previsto na Constituição”, disse. Braga Netto também falou sobre a nota do Ministério da Defesa do dia 7 de julho, em resposta ao presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, que afirmou que “membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatruas”.

“Não houve ameaça. Em momento algum a mensagem teve por objetivo desrespeitar o Senado ou os senadores, nem mesmo a ele se referiu. Ao contrário, foi emitido a uma resposta a um pronunciamento pontual considerado desrespeitoso e injusto”, afirmou. O ministro também comentou o desfile militar em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na semana passada, no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. “Ressalto que nunca houve a conotação de pressionar ou ameaçar poderes, grupos ou qualquer pessoa. Os senhores podem ver que isso já estava planejado muito antes, inclusive a votação foi marcada na véspera. Não sabíamos disso e não tínhamos como reverter”, afirmou.


Fonte: Jovem Pan

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