Na manhã desta terça-feira, 27, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, anunciou, em seu perfil no Twitter, que aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir a Casa Civil. Com isso, um dos principais caciques do Centrão chega ao coração do governo federal em uma pasta responsável pela coordenação dos ministérios e pela articulação política. O parlamentar assume com o objetivo de melhorar a relação do Palácio do Planalto com o Judiciário e garantir a aprovação do nome do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, indicado por Bolsonaro para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro “terrivelmente evangélico” será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e precisará da aprovação da maioria dos parlamentares no plenário da Casa.
Segundo um relato feito à Jovem Pan por um auxiliar presidencial, Bolsonaro está incomodado com alguns movimentos de ministros do STF, em especial, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Para o presidente, Barroso atua diretamente contra a aprovação da PEC do voto impresso, uma das principais bandeiras do bolsonarismo no Congresso. Publicamente, o mandatário do país tem subido o tom contra o magistrado, a quem já chamou de “imbecil” e “idiota”, além de dizer que o ministro defende a pedofilia – o que é mentira. Para Bolsonaro, Moraes, que abriu um novo inquérito para apurar a existência de uma “organização criminosa” digital montada “com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”, persegue aliados para desgastar a imagem do governo. Em razão disso, Nogueira assume com a missão de “destensionar” a relação entre Executivo e Judiciário.
Fonte: Jovem Pan