Não é fechando o comércio que vamos salvar quem está na UTI, diz prefeito de Chapecó

Segundo João Rodrigues, a Prefeitura está disponibilizando 20 novos leitos de terapia semi-intensiva para Chapecó e outras 75 unidades em enfermarias

O prefeito de Chapecó, cidade de Santa Catarina, João Rodrigues (PSD) acredita que o fechamento do comércio e a  adoção de um rígido lockdown no município não vai “salvar quem está na UTI”. A declaração de Rodrigues, feita em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 05, acontece em um momento que a cidade vive piora da pandemia, com visita do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, agendada para tratar da situação. Apesar do contexto preocupante, o prefeito anunciou a reabertura do comércio local e a volta às aulas presenciais na cidade. Segundo ele, economia e saúde precisam andar “lado a lado”. “O problema é que as pessoas têm que ter mais cuidado, nesse momento colapsou todo sistema. Com a estrutura que estou abrindo vamos conseguir administrar a crise de momento, diminuímos o contágio nas últimas semanas. O problema é o agravamento de quem já está internado. Mas não é fechando, parando, que vamos salvar quem tá na UTI, precisamos fazer com que o vírus diminua a sua circulação com pessoas trabalhando. Quanto mais trabalho tem menos aglomerações.”

Segundo João Rodrigues, a Prefeitura está disponibilizando 20 novos leitos de terapia semi-intensiva para Chapecó e outras 75 unidades em enfermarias. Para o prefeito, o coronavírus não vai parar de circular com ampliação das medidas restritivas. “Você tranca o vírus dentro de casa, se ficar, de fato, em lockdown verdadeiro, vai matar muita gente preso dentro de casa. Sou contra lockdown, mas não vale minha opinião, ouvia ciência e permaneci 14 dias fechados, porque o vírus transita em 14 dias. Se em 14 dias não parou, não vai parar nos próximos 14, quem vai parar é a economia, o desemprego. Lockdown é para você preparar a sua estrutura para pessoas que estão tendo gravidade”, disse, reforçando que a cidade permanece com toque de recolher e lei seca a partir das 22h e horário limitado de funcionamento para bares e restaurantes. “Aglomerações clandestinas não tem como controlar, exceto quando há denúncias”, afirmou. Rodrigues reconhece, no entanto, que o sistema de saúde pública será sobrecarregado. “A previsão é que lote mesmo, não há como dizer que não vai acontecer isso, mas se manter fechado da mesma forma vai acontecer. Plano A para tudo, plano B volta tudo com cuidado, restrições e fiscalização do poder público. Quando você fecha tudo essa juventude vai para clandestinidade e não tem controle. Basicamente é isso, fiz uma estrutura para atender Chapecó e o hospital público consegue atender a região. Chapecó está no teto e estamos descendo a curva, o problema é o restante do país que está subindo [a curva de contaminação]. Não é fechando o comércio que se resolve o problema.”


Fonte: Jovem Pan

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