Índia bate recorde ao registrar mais de 200 mil casos de Covid-19 em um dia

O festival religioso Kumbh Mela está reunindo milhares de hindus para celebrações no Rio Ganges

Índia anunciou um novo recorde de infecções diárias pelo coronavírus nesta quinta-feira, 15, ao registrar 200 mil novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. No início da semana, o país já tinha ultrapassado o Brasil e se tornado o segundo país com mais infecções acumuladas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os números são alarmantes porque até fevereiro a Índia estava reportando em média 10 mil novas contaminações a cada dia. O agravamento da pandemia na nação asiática parece estar relacionado ao desrespeito às medidas de combate ao novo coronavírus e ao festival religioso Kumbh Mela, que dura semanas e está reunindo milhares de hindus para celebrações no Rio Ganges. Anteriormente, autoridades locais também tinham ligado o aumento no número de casos ao surgimento das variantes do coronavírus. Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou os resultados de um estudo que indicou a presença das cepas do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil na Índia, além de uma variante com mutação dupla que ainda não tinha sido catalogada em nenhum lugar do planeta. Apesar da Índia manter uma das menores taxas de letalidade por Covid-19 do mundo – a proporção é de 119 mortes a cada um milhão de habitantes -, o governo está alertando para a lotação dos hospitais e a escassez de oxigênio suplementar.

Vacinação sim, lockdown não

Maior fabricante mundial de vacinas, a Índia já aplicou 77 milhões de doses desde o início de sua campanha de vacinação contra a Covid-19 em meados de janeiro. Isso faz com que o país possua o terceiro maior número absoluto do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (161 milhões) e para a China (133 milhões). No entanto, a taxa de vacinação per capita ainda é baixa no segundo país mais populoso do mundo: são 5,51 doses a cada 100 habitantes, atrás da média mundial, que é de 8,33. Por esse motivo, o primeiro-ministro Narendra Modi está impedindo as exportações das vacinas de Oxford produzidas no Instituto Serum. O objetivo é garantir que as doses fabricadas ali sejam usadas para acelerar a campanha de imunização da própria Índia.

No entanto, o governo tem se recusado a adotar um lockdown nacional, visto que o do ano passado causou um forte impacto econômico. Por enquanto, apenas governos locais tem tomado medidas nesse sentido. A capital administrativa Nova Délhi impôs um toque de recolher nos finais de semana e determinou o fechamento de serviços não essenciais, como shoppings, restaurantes e academias. Já a capital financeira Mumbai, que é um dos epicentros da segunda onda, também determinou lockdown nos finais de semana e decidiu fechar alguns estabelecimentos públicos, além de ter proibido reuniões com mais de quatro pessoas.


Fonte: Jovem Pan

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