Os pais dos 43 estudantes de Ayotzinapa, no México, desaparecidos em 2014 anunciaram nesta segunda-feira, 26, que, dada a falta de progresso na investigação sobre o paradeiro de seus filhos, realizarão uma jornada de busca de 19 a 23 de maio no estado de Guerrero. Além disso, eles informaram que no dia 26 de maio, quando completarão 80 meses do desaparecimento dos jovens, eles irão às ruas de Iguala, em Guerrero, para se manifestar. O mesmo acontecerá na Cidade do México, onde conduzirão uma marcha do Anjo da Independência até o Hemiciclo a Juarez. “A vontade política do atual governo mexicano é clara, mas isso não é suficiente. Desde março até hoje, estamos na mesma situação, e a investigação e a busca não apresentam avanços e não temos resultados”, declarou o advogado dos pais, Vidulfo Rosales, em um protesto nesta segunda no centro da capital mexicana. Ele lembrou que no México, de acordo com números do governo, há mais de 85 mil desaparecidos e por isso mantêm a reclamação por justiça para saber onde estão os 43 jovens desaparecidos em 26 e 27 de setembro de 2014.
Dados os poucos avanços, o advogado informou que no dia 8 de maio eles se reunirão com diferentes organizações na Escola Normal Rural de Ayotzinapa para professores, para discutir a questão dos 43 jovens e dos milhares de desaparecidos no país. Mais tarde, de 19 a 23 desse mês, as famílias dos estudantes realizarão buscas nas cidades de Guerrero com recursos próprios, mesmo sabendo os riscos da pandemia. “Não pode haver mais espera ou reuniões. É por isso que sairemos para realizar estas ações, além de exigir a apresentação viva ou saber o paradeiro dos estudantes”, destacou Rosales. Em seu discurso, o porta-voz dos pais, Melitón Ortega, disse que foram até agora 79 meses de dor, de raiva, de impotência, de coragem, e até hoje não foi possível obter o resultado desejado, que é encontrar os 43 estudantes.
Fonte: Jovem Pan