O publicitário Adriano Canutto teve a Covid-19 em maio. Obeso, diabético e hipertenso, ele precisou ser levado para o hospital, onde ficou internado por dez dias. “Eu tava só com 50% do pulmão. Meu quadro aspirava cuidado porque eu tossia muito e não tinha mais tanta capacidade de buscar o ar”, conta. O caso de Adriano se repetiu nos hospitais de todo o país. Do total de internações graves por Covid-19, mais de 50% são casos que envolvem pessoas com obesidade. O infectologista Renato Kfouri afirma que é mais difícil tratar pacientes obesos que estão com Covid-19. “Indivíduos com Covid-19 e acompanhados de obesidade tem dificuldade maior no atendimento, principalmente em terapias intensivas, no que diz respeito à ventilação, à sua oxigenação”, explica.
Brasileiros que tiverem obesidade grave devem fazer parte do grupo de risco que será priorizado para receber a vacina contra o coronavírus. Esse grau de obesidade é atingido quando o resultado do cálculo do IMC, índice de massa corporal, é maior que 40. O endocrinologista Márcio Mancini defende que todos os obesos entrem na lista de prioridade para receber a vacina da Covid-19. “O paciente com obesidade já tem inflamação interna que se agrava com a Covid, tem tendência de coagulação dos vasos do pulmão, que se agrava com Covid, tem uma imunidade pior e ele tem muito de um receptor que o vírus usa para invadir a célula. No tecido adiposo tem muito”, aponta. Atualmente, são considerados grupos prioritários os pacientes com mais de 60 anos e de risco aqueles que têm diabetes, pressão alta e doenças cardíacas, por exemplo.
Fonte: Jovem Pan