Ocupação alta de leitos de UTI preocupa municípios brasileiros

31% dos municípios estão com preenchimento de leitos superior a 95%

A metade dos municípios está com ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) gerais destinados à Covid-19 acima de 90%. Desses, 31% estão com preenchimento superior a 95%. Já 15% afirmaram estar acima de 80%; enquanto 14% disseram figurar entre 60% e 80%; e apenas 8% se encontram abaixo de 60% de ocupação. Os índices fazem parte da 14ª pesquisa realizada semanalmente pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) para entender o panorama das cidades no enfrentamento do coronavírus. O levantamento ouviu 2.747 gestores municipais, o equivalente a 49% das 5.568 prefeituras de todo país. Com base nos dados sobre as internações em UTIs por regiões, é possível observar que a situação mais crítica se apresenta no Sul e no Sudeste. O Estado do Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, é o que apresenta maior percentual de municípios com ocupação acima de 95%. O consultor da área de estudos técnicos da CNM, Eduardo Stranz fala que o panorama ainda requer atenção. “Semana a semana o problema persiste. O problema está continuando. A pandemia, infelizmente, está acontecendo em todas as cidades do país. Apenas 50 de 2.747 declararam que não havia casos. E as cidades onde há casos, eles estão aumentando, assim como o número de óbitos. Isso não está mais circunscrito a uma região metropolitana, a uma capital ou a um Estado”, avaliou Stranz.

A pesquisa também mostra que 94% dos municípios iniciaram a vacinação por faixa etária, de pessoas abaixo de 60 anos sem comorbidades. No retrato anterior esse percentual era de 80%. Sobre as medidas restritivas de circulação de pessoas, 76% das cidades se mantém em quarentena com horários específicos de atividades econômicas. A falta de doses atingiu 709 municípios, ou 26% do total pesquisado. Entre os que relataram a escassez, 92% indicaram que ficaram sem imunizantes para aplicar a primeira dose. Já 19% estão sem vacinas para completar o cronograma. Eduardo Stranz assinala que há dificuldades quanto a estrutura das localidades, pois a pandemia tornou o cenário imprevisível. “A gente tem relatos de alguns municípios, alguns prefeitos, que dizem para nós: ‘Olha, semana passada tinha 40 casos, agora têm 400’. Não tem uma estrutura possível para estar atendendo 40 e, em cinco dias, atender 400. É muito complexo para administrar isso mesmo”, completou. No que se refere ao chamado “kit intubação”, 17% alertaram para o risco iminente de faltar medicamentos para o tratamento de pacientes graves internados em UTI.

*Com informações do repórter Daniel Lian


Fonte: Jovem Pan

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